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Economia

Opções ao nelore, raças de bovinos são novidades da Expogrande 2017

Nyelder Rodrigues e Ricardo Campos Jr. | 30/03/2017 23:55

Sindi e tabapuã, duas raças de bovinos ainda pouco conhecidas em Mato Grosso do Sul, mas que já começam a ganhar os primeiros adeptos, que buscam uma opção ao tradicional nelore e também formas de melhorar o nelore geneticamente, com cruzas. Essa é a primeira vez que ambos estão expostos na Expogrande.

Originado no deserto paquistanês, o sindi tem histórico de criação em ambiente de poucos recursos, se destacando por sua rusticidade. A raça chegou ao Brasil na década de 30, mas só há dois anos passou a ser criada em Mato Grosso do Sul.

"Justamente por ser um bovino rústico, o custo da produção é menor, sendo ideal para o inverno sul-mato-grossense, que é bastante seco. Ele adapta bem a esse ambiente", explica a criadora Milena Correa, da fazenda Sindimais, de Maracaju.

Além das questões já relatadas, o sindi é um gado que pode tanto ser usado para criação leiteira quanto para carne. "A atividade leiteira dele se concentra mais no Nordeste. No Sul, Sudeste e Centro-Oeste o foco é mais na carne, que é macia e marmorizada, saborosa, de grande aceitação", diz Milena.

Outra possibilidade do sindi é usá-lo no melhoramento genético do nelore, principalmente na questão da produção leiteira. O cruzamento dessas raças cria um contrabalanço entre eles chamado sindinel.

"O sindi é menor, robusto, então come menos e tem bom custo benefício. Além disso, o leite dele não ataca alergia como de outras raças, porque a composição química é diferente. Tem até um médico estudando isso para entender melhor a questão. No Mato Grosso do Sul esse é um nicho a se explorar", frisa a produtora.

Tabapuã - Já o tabapuã foi exposto por João Trivelato Neto, da fazenda Tabapuã GE05, de São Gabriel do Oeste. A raça, zebuína, é originalmente brasileira, criada na década de 70 na cidade paulista de mesmo nome.

"Uma das vantagens dele é ser mocho, não tem chifre e o manejo é mais fácil. Você consegue colocar mais animais no cocho. Tem também a precocidade, ele desmama com mais peso e é ideal para cruzamento industrial", conta o pecuarista.

Trivelato também revela que por ser rústico, o animal não precisa de intervenção humana, com inseminação por exemplo, para que seja feita a procriação, sendo feito no próprio pasto.

"A quantidade do rebanho dessa raça hoje não está em número considerável para ser comercializado em larga escala, então nosso foco no momento é aumentar o volume desse gado para poder começar a comercializá-lo no mercado da carne", diz Neto,

O produtor ainda aponta o Tabapuã como mais uma opção de genealogia para produção de bezerros de qualidade. Na Expogrande, há cinco produtores expondo a raça, três deles de Mato Grosso do Sul, um de Minas Gerais e outro de São Paulo.

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