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Economia

Pecuarista usa ultrassom para analisar qualidade da carne e aumentar lucros

Caroline Maldonado | 11/11/2014 12:28
Com ultrassonografia é possível saber qual a espessura da gordura na picanha, a qualidade da carne, o tamanho corporal e o desempenho do animal (Foto: Divulgação/Senepol Luar)
Com ultrassonografia é possível saber qual a espessura da gordura na picanha, a qualidade da carne, o tamanho corporal e o desempenho do animal (Foto: Divulgação/Senepol Luar)

Para avaliar a qualidade da carne e identificar quais animais podem ser identificados como elite, o produtor rural Adilson Reich investiu na ultrassonografia para acompanhar o rebanho da raça Senepol, criado em Camapuã, a 133 quilômetros de Campo Grande.

Com o exame é possível saber qual a espessura da gordura na picanha, a qualidade da carne, o tamanho corporal e o desempenho do animal. Com isso, o produtor também analisa o potencial genético do rebanho e consegue replicar os melhores resultados, garantindo um plantel superior e a produção de carnes nobres com alta qualidade ao consumidor final.

A ultrassonografia, normalmente utilizada para avaliação de machos para a verificação das DEP (Diferenças Esperadas na Progênie) e classificação de touros, matrizes e produtores é utilizada também nas fêmeas para mapear o potencial genético de suas matrizes para produção de carcaças de qualidade.

Há 10 anos trabalhando com a criação da raca senepol, Adilson diz que o consumidor está mais exigente com relação a carne. “Junto aos estudos de genética, a ultrassom contribui na identificação de animais rentáveis. Conseguimos selecionar os animais, que chegam precocemente à puberdade, tornando-se reprodutores mais jovens e com qualidade garantida", explica o produtor.

A gordura do animal, verificada pela ultrassonografia, somada a outras ferramentas, indicam até mesmo o momento ideal para o abate, segundo a doutora em melhoramento genético e qualidade de carne, Marina Bonin. “Em uma análise da distribuição da gordura do animal, podemos verificar que quanto mais cedo depositada esta gordura, mais cedo o animal está pronto para ser encaminhado aos frigoríficos”, explica Marina, responsável pela classificação do plantel no Criatório Senepol Luar.

De acordo com a especialista, aos quinze meses o animal já passa por uma avaliação para ser classificado como elite, superior, regular ou inferior. Uma das principais vantagens da utilização da ultrassonografia no rebanho é poder verificar o rendimento do animal que estimulará a lucratividade do produtor rural, conforme Marina.

“Após o abate do animal, todo o conteúdo gastrintestinal e de vísceras é retirado, ficando na carcaça somente músculos, osso e gordura. Estes é que serão pesados na balança do frigorífico e darão as arrobas pagas ao produtor”, esclarece. Dessa forma, explica a especialista, um animal com maior quantidade de músculos e adequada quantidade de gordura na carcaça, pesará mais e dará mais retorno ao produtor. “Sendo assim, ao escolher um reprodutor com características superiores, estaremos escolhendo um animal com maiores chances de gerar progênies com melhores carcaças”, avalia Marina.

Segundo a empresa Bon in Beef, é possível relacionar as médias de ultrassom com rendimento de cortes nobres, como traseiro, quantidade de gordura subcutânea e intramuscular, conhecida como marmoreio, características com grande influência na qualidade da carne. “Estamos dando um passo muito grande ao incluir as informações de carcaça no rebanho aliada com as avaliações genéticas e acompanhamento reprodutivo, contribuindo assim cada vez mais para a melhoria da confiança em nossos produtos”, avalia a pesquisadora.

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