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Economia

Preço de gasolina compromete investimentos de usinas em MS

Edivaldo Bitencourt e Aline dos Santos | 27/02/2014 10:17
Roberto Hollanda diz que falta uma política para garantir a retomada dos investimentos no setor (Foto: Marcos Ermínio)
Roberto Hollanda diz que falta uma política para garantir a retomada dos investimentos no setor (Foto: Marcos Ermínio)

Após uma forte expansão e a retração em decorrência da crise internacional em 2008, o setor de açúcar e etanol continua sem novos investimentos em Mato Grosso do Sul. A paralisia no segmento é reflexo da manutenção dos preços da gasolina, que estariam subsidiados pelo Governo, segundo o presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul), Roberto Hollanda Filho.

Ele participou, na manhã de hoje, do lançamento do Canacentro 2014, na sede da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).

Ele explica que falta uma política do Governo federal voltada para o etanol. E como o preços estão defasados, já que não podem subir muito para manter a competitividade em relação a gasolina, as empresas não enxergam perspectivas de retorno ao apostar no segmento de etanol, açúcar e energia.

No ano passado, o Estado colheu 41,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, que foram moídas por 22 usinas. No entanto, não há previsão de ampliação ou construção de novas usinas, segundo Roberto.

“Não tem como concorrer com o preço da gasolina”, ressaltou.
Ele explicou que o Brasil chegou a inaugurar 30 usinas de açúcar e etanol por ano. Atualmente, não há perspectiva de nenhuma unidade nova ser ativada. Apesar da crise e da falta de perspectivas, a Biosul estima que o País tem capacidade para 90 novas usinas até 2020.

Hollanda não sou especificar quantas poderiam ser construídas no Estado, apesar da área disponível para o plantio de cana-de-açúcar soma cerca de 8 milhões de hectares. Atualmente, a cultura da cana abrange 750 mil hectares.

O presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel, lembrou que a expansão de usinas e da cana-de-açúcar foi forte há seis anos, quando impulsionou o desenvolvimento econômico dos municípios com a geração de emprego e renda. “O setor contribuiu para o desenvolvimento do Estado”, ressaltou.
No entanto, Riedel avalia que a dificuldade da retomada deste ritmo depende da mudança na política do Governo federal, que prioriza os combustíveis fósseis.

A secretária estadual de Produção, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, contou que o setor começa a dar sinais de recuperação neste ano. Três grupos já procuraram o Governo e mostraram interesse em construir novas usinas, principalmente, nas regiões leste e do Bolsão de MS.

Ela também garantiu que há grupos interessados em ampliar a capacidade das usinas. “Tem ampliações que valem por nova usina”, comentou.

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