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Economia

Prefeitura quer incluir peixe produzido na Capital na merenda escolar

Caroline Maldonado | 12/08/2014 17:21
Prefeito e secretários fizeram visita para conhecer tanques de criação de peixes (Fotos: Marcelo Calazans)
Prefeito e secretários fizeram visita para conhecer tanques de criação de peixes (Fotos: Marcelo Calazans)
Produtor lamenta não conseguir licença ambiental para aumentar criação.
Produtor lamenta não conseguir licença ambiental para aumentar criação.

Os coordenadores do projeto Isca Viva, que há mais de 25 anos atua na criação de peixes em Campo Grande, receberam na manhã desta terça-feira a visita do prefeito Gilmar Olarte (PP) e outros representantes do setor. O encontro reuniu ainda produtores da região e assentados que têm interesse na piscicultura. O prefeito firmou compromisso de apoiar os produtores a partir da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, de Ciência, Tecnologia e do Agronegócio) para que a produção de peixe aumente e possibilite um projeto específico para garantir esse tipo de carne na merenda escolar.

Segundo Olarte, existem 200 espaços na Capital ideais para a criação de peixes. “Estamos aqui para dizer ao projeto e a todos os produtores que contem com a prefeitura para dar o respaldo que precisa para dar continuidade e aumentar a produção”.

Apesar das boas condições para a piscicultura na cidade, os produtores encontram dificuldades para ampliar a produção, por isso a expectativa é grande com a promessa de apoio dos governos municipal e estadual. O proprietário da Estância São Remo, José Antônio de Lima, tem 10 tanques, onde produz 12 toneladas de peixes por ano, mas gostaria de aumentar essa produção há tempos. Segundo José, é muito difícil para os produtores conseguir a licença ambiental junto ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).

“Vamos ver como vai ser, porque eu sou realista. Para ampliar a produção tem que estar todos os órgãos de governo apoiando em conjunto e até agora eu não vi o pessoal do meio ambiente aqui. Eu poderia ter 100 tanques na minha propriedade se não fosse o problema das licenças”, destacou.

O superintendente Estadual da Pesca e Agricultura, César Moura, também lembrou as dificuldades que emperram o crescimento do setor no Estado que tem foco na bovinocultura, mas destacou ações que, segundo ele, vão potencializar a piscicultura. “A gente sabe como é difícil trabalhar com peixe em uma cultura bovina. Estudos apontam e nós também já percorremos diversos municípios e constatamos que o grande diferencial na economia do Estado é a piscicultura. Por isso, estamos reativando os frigoríficos em Dois Irmãos do Buriti, em Mundo Novo”, afirmou.

Com a reativação dos frigoríficos, a ideia é criar a primeira farinheira de peixe do Estado. Dessa forma, a própria farinha do peixe vai ser ração para a criação. De acordo com o superintendente, com o projeto Peixe Vida, serão lançadas linhas de crédito para apoiar os produtores. Segundo César, Campo Grande produz mais de 500 toneladas de peixes por mês. “Toda a produção hoje é na informalidade, então queremos fomentar esse setor e criar uma cadeia para que os produtores possam comercializar essa produção.

Representantes de governo estiveram no encontro com coordenadores do projeto.
Representantes de governo estiveram no encontro com coordenadores do projeto.
Segundo superintendente frigoríficos estão sendo reativados.
Segundo superintendente frigoríficos estão sendo reativados.

O setor conta ainda com a instalação do frigorífico Piracuá, que irá ser construído no Bairro Amambaí, segundo um dos coordenadores do projeto Isca Viva, Luiz Acorci Filho. “O consumo per capita de peixe em Campo Grande é de 4 quilos por ano, enquanto a média nacional é de 10 quilos e o recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) é de 16 quilos. Estamos abaixo da média. Então a intenção é ajudar a solucionar as dificuldades dos produtores com a instalação do frigorífico”, disse.

Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, de Ciência, Tecnologia e do Agronegócio (Sedesc), Edil Albuquerque, a piscicultura poderá ser adotada também por assentados, que complementarão a renda. “Eu sou incentivador do peixe e da carne orgânica na merenda escolar, então viemos firmar compromisso de apoiar mais uma alternativa para o homem do campo”.

A expectativa do setor é produzir para comercializar fora do Estado, segundo o secretário adjunto de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo, Pedro Pedrossian Neto. “O Governo do Estado veste a camisa desse projeto, tanto que criou a superintendência da pesca. O Mato Grosso do Sul não é só do boi. Nós vimos a entrada do milho, da cana, da soja, do eucalipto e por que não a entrada do peixe? Temos uma quantidade enorme de rios e precisamos aproveitar isso, mas produção, indústria e varejo precisam estar afinados”, destacou.

O gerente de Agronegócio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Márcio Faria também esteve no encontro nesta manhã, além do superintendente municipal da Pesca e Aquicultura, José Maria dos Santos, que lembrou que a produção de peixe não interfere no desenvolvimento das demais culturas do Estado. “Nós temos visto o boi e cada criação no seu espaço e um espaço que não está sendo utilizado, que é o do peixe. A psicultura não vai tomar o lugar de outra produção, pelo contrário, vem para somar na economia”, afirmou.

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