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Economia

Senepol é opção para elevar produção de cruzas industriais de bovinos

Ricardo Campos Jr. e Nyelder Rodrigues | 05/04/2017 18:08
Pedro Crosara Gustin, que está em Mato Grosso do Sul para falar sobre a Senepol, raça em expansão no Brasil (Foto: Marcos Ermínio)
Pedro Crosara Gustin, que está em Mato Grosso do Sul para falar sobre a Senepol, raça em expansão no Brasil (Foto: Marcos Ermínio)

Os reflexos da crise no setor de carnes não atingiram de forma expressiva os criadores que trabalham com a venda de material genético, principalmente com raças em expansão no país, como é o caso do Senepol, segundo afirma Pedro Crosara Gustin, presidente da ABCB (Associação Brasileira de Criadores de Bovinos) de Senepol.

“Não estamos vendo o atual momento como dificuldade, mas como uma oportunidade. A raça tem características próprias que fazem com que ela seja oportunidade de agregar valor dentro da porteira”, afirma.

Gustin está na Capital para participar da Expogrande e concedeu entrevista ao Campo Grande News nesta quarta-feira (5).

“O mercado da raça está tranquilo. Mesmo se nós considerarmos que estamos em um período recessivo, a pecuária em um ciclo de baixa, nós estamos sentindo ainda alguns reflexos, que acreditamos que não terão impactos grandes, da Operação Carne Fraca”, afirma o dirigente.

Isso se deve ao fato de que os investimentos em melhoramento genético são a longo prazo, ou seja, quem está adquirindo touros este ano visa o abate daqui a três anos, levando em conta o tempo para cruza, gestação, desmame e finalização dos bovinos.

Nesse contexto, segundo Gustin, o Senepol se destaca pelo custo benefício, principalmente pelo ganho de 2 a 6% de rendimento de carcaça.

Mato Grosso do Sul se destaca no setor com o segundo maior rebanho de gado Senepol Puros de Origem do país, com 20 mil cabeças de um total de 50 mil existentes no país.

A raça vem sendo utilizada na pecuária comercial de ciclo curto devido ao fato de proporcionar um alto grau de heterose quando utilizada em cruzamentos com zebuínos, garantindo 30% a mais de ganhos econômicos em comparação a outros animais cruzados.

Segundo o técnico de registro da associação, Luciano Coelho, ao usar um touro Senepol Puro de Origem (PO), o pecuarista consegue disponibilizar ao mercado produtos mais pesados e com melhor acabamento de carcaça.

"Animais meio sangue Senepol chegam aos 17/18 meses pesando 15/16 arrobas ou mais, dependendo do manejo, enquanto outros cruzamentos atingem 16/18 arrobas com mais de 24 meses", explica o técnico. O peso maior à desmama eleva os ganhos do pecuarista. Manejados a pasto, os machos atingem até 260 kg e as fêmeas 240 kg.

Outra caraterística do touro Senepol PO que favorece seu uso na pecuária a pasto no Brasil é a rusticidade. Como consegue cobrir a vacada a campo, tem sido usado tanto em monta natural quanto para repasse das fêmeas.

O touro Senepol imprime maior padronização ao rebanho, é mais longevo e extremamente adaptado aos trópicos, sendo uma opção certa para a pecuária sustentável, explica a associação.

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