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Economia

Sobe para 1,2 mil mortes de gado; tendência é aumentar

Redação | 19/07/2010 20:56

Levantamento feito por técnicos da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e membros dos sindicatos rurais das cidades que enfrentam prejuízos por conta da morte de bovinos, em consequência da queda brusca de temperatura registrada nos últimos dias, mostra que até o momento 1,2 mil cabeças de gado morreram.

No município de Caarapó, de acordo com o Sindicato Rural, 612 bois morreram por conta do frio intenso. Mas a Iagro reitera que tem registro apenas de 587 mortes.

A maioria dos bovinos morreu na madrugada de sexta-feira (16). Mesmo assim, a tendência é que os números aumentem em todo o estado.

"Pelo jeito que está indo, deve chegar mesmo a 4 mil cabeças de gado morto", lamenta Jesus Camacho, presidente do Sindicato Rural de Caarapó.

Em Antonio João, a Iagro contabilizou a morte de 310 bois, em Amambai o número já atinge 300 cabeças, enquanto na cidade de Naviraí o órgão estima que 100 bovinos tenham morrido no fim de semana.

Os municípios de Ponta Porã, Itaquiraí, Juti, Miranda e Bela Vista também somam prejuízos, mas a Iagro não soube especificar exatamente a quantidade correta de gado morto devido à queda da temperatura.

Em todos os casos, os animais mortos devem ser enterrados ou cremados e em hipótese alguma usados para consumo humano.

Nesta manhã, a Iagro contabilizava uma contagem aproximada de 829 cabeças perdidas, mas os comunicados desde então só foram multiplicando os números, que registram prejuízo de quase R$ 1 milhão.

A falta de capão de mato dentro dos piquetes onde o gado é manejado piora a situação, avalia o Iagro. Em algumas propriedades, os bois foram encontrados em áreas de eucalipto, árvore que não protege os animais por não ter copa densa.

A maioria das propriedades em que os animais morreram não tinha proteção ou capão de mato. A última vez que houve mortes de gado por conta do frio na região foi em 2007 e com um número bem menor.

Bactéria - Para Arley Coelho da Silveira, professor do curso de medicina veterinária da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a falta de disponibilidade adequada de alimentos por conta do pasto seco e desmatamento da reserva legal nas propriedades, associadas à sensibilidade desenvolvida pela bactéria pasteurella, que causa infecções no sistema respiratório de animais e humanos, podem ter causado a morte desses animais.

De acordo com o professor, com a mudança brusca de temperatura os animais estão propensos e se alimentar de pastagens secas, apresentando um quadro elevado de desnutrição, afinal, a qualidade do capim seco não é boa, configurando redução na ingestão da fonte de alimentação bovina.

A bactéria pasteurella está presente no sistema respiratório de animais e humanos. Numa condição de frio intenso onde o animal fica estressado e com a imunidade baixa, ela colabora para o aumento na produção de toxina, acarretando na morte dele.

Ou seja, em condições de frio elevado, os animais podem morrer de hipoglicemia, por causa dessa bactéria e ainda por hipotermia, já que a energia fica desgastada e não há capacidade suficiente de o animal produzir calor suficiente. Ele perde o equilíbrio metabólico e as bactérias se multiplicam.

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