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Economia

Socorro ao pecuarista do Pantanal pode chegar a R$ 50 mi

Redação | 15/04/2010 11:02

Foram lançadas nesta quinta-feira, na Governadoria, seis ações compreendendo financiamentos com recursos do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste), para socorrer pecuaristas da região do Pantanal nos períodos de cheia. A linha tem inicialmente R$ 30 milhões, mas o montante pode chegar a R$ 50 milhões, segundo o superintendente do Banco do Brasil, Ricardo Lot.

A novidade é que será concedido crédito de custeio pecuário para possibilitar produtores da Planície a remoção em caráter provisório para áreas altas não alagadas. Lote disse que esta é a primeira vez que é oferecida linha neste molde e que os produtores já podem procurar as agências para contratar os recursos. O financiamento só será liberado a partir da certificação da Iagro. O prazo de carência para pagar o financiamento é de dois anos. O limite por produtor é de R$ 200 mil e a taxa de 6,75% ao ano.

As ações também contemplam financiamentos para cria, recria e terminação, continuidade da implementação da linha financiamento do FCO para aquisição de matrizes em fase de procriação. Também será garantida autorização temporária para movimentação de animais financiados pelo sistema de retenção de matrizes no Pantanal e há recursos específicos para acompanhamento sanitário do rebanho.

As ações resultam de mobilização da própria categoria, através das entidades e governo estadual. O presidente da Comissão Estadual de Pecuária e do Sindicato Rural de Campo Grande, José Lemos Monteiro, ressaltou que a Embrapa emitiu previsão de cheia atípica na região do Nabileque para este ano e a partir daí a Câmara Setorial da Bovinocultura iniciou as gestões para garantir recursos para movimentar o gado.

Segundo ele, a cheia na dimensão que era esperada até o momento não se concretizou, mas o recurso é importante para dar fôlego ao produtor. "O produtor não encontra lugar seco e o aluguel dessas áreas é muito caro. Ele acaba sendo obrigado a vender os animais a preços baixos e fica no prejuízo. Por isso reagimos para que o mercado do gado magro não se avilte", disse.

Segundo ele, as linhas devem atingir rebanho de 100 mil animais na região, cobrindo um quarto do gado da região alagável. Lemos considerou a medida "uma ajuda e tanto", mas paliativa e defendeu ações permanentes diferenciadas voltadas ao pecuarista do Pantanal. "Precisamos de uma política específica região mais bem conservada do Estado, 87% de área preservada, muito por responsabilidade do produtor rural", defendeu.

Lembrou que a última enchente na região começou na primavera passada e provocou queda de pontes e destruição, dificultando o acesso. Segundo Lemos, o Estado tem hoje 18 milhões de cabeças, embora o levantamento da Iagro ainda aponte 22 milhões.

O governador, André Puccinelli (PMDB), reforçou que a linha veio justamente para evitar que o produtor fique sem alternativa. Segundo ele, a estimativa é que 400 mil animais sejam removidos por conta dos alagamentos. A secretária de Produção Tereza Cristina Correa da Costa disse 800 propriedades devem ser atendidas com as novas linhas. Ela disse que o governo busca um projeto definitivo para socorrer o criador do Pantanal, estudando pastagens e buscando políticas "mais efetivas" para o homem pantaneiro, com intenção fixa-lo na região.

O ex-ministro de Agricultura e vice-presidente do Banco do Brasil para o Agronegócio, Luís Carlos Guedes, destacou que há muito conflito interno no Brasil entre ambientalistas e produtores que para ele é inócuo, uma vez que o produtor "é o mais interessado" em preservar para que seu negócio seja sustentável. O banco responde por 90% dos financiamentos em Agronegócios em Mato Grosso do Sul.

O presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Raphael Kassar, afirmou que em função das enchentes, o rio Paraguai e afluentes há fazendas isoladas por conta da altura das águas. "Com isso há um prejuízo muito grande para os produtores que tem contas, fornecedores e empregados a pagar", disse.

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