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Capital

Apesar de improvável, moto e celular é união frequente e arriscada nas ruas

Aliny Mary Dias | 05/08/2013 09:31
Comum entre motoristas, atitude é frequente entre motociclistas (Foto: Marcos Ermínio)
Comum entre motoristas, atitude é frequente entre motociclistas (Foto: Marcos Ermínio)

Evitar o uso do celular enquanto dirige é uma recomendação diária feita aos motoristas em razão do risco de acidentes por conta da distração. Se para aqueles que estão dentro de uma “caixa de metal” movida a quatro rodas a situação é arriscada, para quem utiliza a moto como meio de transporte o risco é triplicado.

Kelly Ibrahim, 27 anos, foi uma das vítimas da mistura perigosa. A funcionária pública sofreu um acidente em junho quando atendia o celular. “Foi pura imprudência minha, eu estava em uma curva e fui atender o celular, foi questão de segundos e eu bati em uma caçamba que estava perto da calçada”, conta a jovem.

A motociclista teve consequências sérias por usar o celular no trânsito, a jovem fraturou o punho e vai precisar de fisioterapia para voltar a movimentar a mão. “Fiquei 40 dias enfaixada, passei por cirurgia e vou ter que fazer fisioterapia. Muitos acidentes como esse acontecem pela falta de atenção nossa”, admite.

Com experiência de seis anos como mototaxista, Ramires da Cunha, 27 anos, conta que todos os dias se depara com a mistura arriscada de celular e motocicleta. “É muito comum, todos os dias a gente vê o pessoal mexendo no celular enquanto pilota. Eu acho um risco muito grande”.

Ramires é motociclista há 6 anos e considera arriscado o uso de celulares enquanto pilota (Foto: Marcos Ermínio)
Ramires é motociclista há 6 anos e considera arriscado o uso de celulares enquanto pilota (Foto: Marcos Ermínio)

Ramires explica ainda que a dificuldade em punir os pilotos está na facilidade em esconder o aparelho. “A gente vê que muitos escondem o celular no capacete quando encontram a polícia, mas mesmo assim é muito arriscado”, explica.

Para o mototaxista Giovani Santana, 24 anos, apesar da necessidade de comunicar com os clientes, atender o celular ou mexer no aparelho enquanto pilota não faz parte da rotina. “Eu prefiro parar a moto e atender. A gente vê muita gente brincando no celular ou falando, mas é muito arriscado.

O major Anderson Avelar, da Ciptran (Companhia Independente de Polícia de Trânsito), conta que a estatística de acidentes resultantes de motociclistas que falam ou usam o celular não é a alta, mas preocupa.

“Não é um fator que causa a maioria dos acidentes, mas é complicado porque a pessoa perde a atenção no trânsito e muitas vezes pilota com apenas uma das mãos. Fazemos de tudo para fiscalizar, mas muitos escondem o celular no capacete”, explica.

As causas apontadas pela polícia com principais para os acidentes que muitas vezes tiram a vida dos motociclistas são a alta velocidade, imprudência e imperícia. “A maioria dos acidentes são rapazes sozinhos em motos de pequeno porte e que abusam da velocidade”, diz o major.

Outra atitude proibida pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), mas não regulamentada pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) é o uso de dispositivos sonoros. Muitos motociclistas usam fones de ouvido para atender o celular e a ação acaba “confundindo” os responsáveis por fiscalizar.

“Muita gente coloca o celular no bolso, e esconde o fone por baixo da camisa, assim fica mais difícil para a polícia multar”, completa o mototaxista Ramires da Cunha.

Números - O mês de julho foi um dos mais violentos no trânsito da Capital, sete motociclistas morreram em Campo Grande. A última vítima se envolveu em um acidente no dia 29 do último mês. Rosimeire Santos Oliveira, de 34 anos, pilotava uma Honda Biz quando foi atingida por um caminhão na avenida Duque de Caxias em Campo Grande.

Segundo os últimos dados do Detran/MS, até junho deste ano, Campo Grande contava com frota de 296,8 mil motocicletas.

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