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Capital

Blitzes são meio para frear onda de mortes no trânsito da Capital

Paula Vitorino | 01/06/2011 13:32

Sem contribuição do motorista, ações são última alternativa para diminuir acidentes

Durante blitz nesta manhã, uma das autuadas foi um jovem de 21 anos sem CNH. (Foto: João Garrigó)
Durante blitz nesta manhã, uma das autuadas foi um jovem de 21 anos sem CNH. (Foto: João Garrigó)

Desde o dia 11 de maio, quando foi instalado o Placar da Vida, são 14 mortes em Campo Grande. A disparada no número de vítimas fatais, mesmo com constantes ações educativas pelas ruas da Capital, deixou em alerta os órgãos de trânsito, que iniciaram blitzes por todos os bairros.

“Os projetos de segurança no trânsito, como Vida no Trânsito e Década da Segurança, fizeram esse levantamento dos números, da necessidade de ações mais intensas e, então, iniciamos as atividades em conjunto com outros órgãos de segurança”, diz o Chefe da Divisão de Fiscalização de Trânsito da Agetran, Éder Vera Cruz.

A medida de fiscalização, com autuações aos infratores, é tida como a última alternativa na escala dos órgãos de trânsito para tentar frear as imprudências nas vias, mas também a mais eficiente. Isso acontece porque em muitos casos o motorista só apresenta respostas positivas quando tem de pagar pela sua infração, constata Éder.

“A educação tem que ser aliada a fiscalização. Se você fala pra uma pessoa que ela tem que usar o capacete, com a viseira, mas não fiscaliza, ela naturalmente vai continuar pilotando sem os equipamentos de segurança. No entanto, se você fiscaliza, a pessoa se conscientiza de que tem de cumprir a lei pela sua segurança, mas também porque senão vai ter que pagar por isso do próprio bolso”, exemplifica.

Na manhã desta quarta-feira (01), 10 agentes de fiscalização realizaram blitzes no cruzamento da Avenida Ernesto Geisel com a Rua do Touro, em frente ao ginásio do Guanandizão.

Em cerca de 2h30 de operação, 260 motoristas foram abordados e 21 pessoas foram flagradas dirigindo sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação) ou sem a devida documentação necessária.

Ainda foram removidas cinco motocicletas com licenciamento vencido há mais de dois anos e outros 14 veículos notificadoss por documentação atrasada. A maioria das infrações foram constatadas entre motociclistas.

O número de autuações é considerado alto para o pouco tempo de fiscalização no local, segundo a Agetran. “É um número alto. Mesmo se fosse um já seria alto, mas 16 é muito alto. Isso mostra que as pessoas estão adquirindo a motocicleta antes pra depois tirar a devida documentação”, afirma Éder.

Morte - O chefe de fiscalização ressalta que os motoristas são responsáveis pela sua segurança, mas frisa que a Agetran não vai se eximir de cumprir a lei nas vias.

“Está todo mundo falando que o trânsito de Campo Grande está louco, matando, mas quem está se matando? É o próprio piloto. Não tem ninguém atirando por aí, são as próprias imprudências que causam as fatalidades”, constata.

A principal vítima no trânsito são motociclistas, homens, com idade entre 19 e 25 anos. A maioria dos casos envolve alta velocidade, segundo a Agetran.

Vera Cruz chama a atenção sobre o fato da metodologia de como são registrados os acidentes no trânsito ter mudado, a partir da didática de programas como o Vida no Trânsito e Década de Ação pela Segurança Viária.

“Antes eram contabilizadas só as mortes no local do acidente e agora contabilizamos também as vítimas fatais que acontecem nos hospitais. Isso serviu para mostrar realmente o tanto de vidas que são perdidas em decorrência do trânsito da Capital’, diz.

Ações - Com os dados obtidos por meio dos projetos de segurança no trânsito, a Agetran identificou as vias com necessidade de maior fiscalização e está desde sexta-feira (27) realizando as blitzes. A Ciptran também intensificou suas atividades no mesmo período.

As ações estão acontecendo pelos bairros da Capital, mas também na região central. Equipes já estiveram nos cruzamentos da avenidas Afonso Pena com Ernesto Geisel, Fernando Corrêa com Anhanduí e Salgado Filho com Joaquim Dornelas.

As blitzes, segundo a Agetran, devem continuar ostensivamente pelas próximas duas semanas, ao menos. Os locais não foram divulgados com o objetivo de evitar que os motoristas façam rotas alternativas.

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