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Capital

Cinco cirurgias depois, 4ª vítima de atropelamento na Brilhante deixa hospital

Aline dos Santos e Viviane Oliveira | 02/02/2012 16:05

Jovem saiu em uma cadeira de rodas e chorando de dor, após ser submetida a procedimento na Santa Casa, onde estava internada

Adrieli passou um mês internada na Santa Casa. (Foto: Viviane Oliveira)
Adrieli passou um mês internada na Santa Casa. (Foto: Viviane Oliveira)

Um mês de internação e cinco cirurgias depois, Adrieli Hevi de Melo Vaz, de 19 anos, recebeu alta hoje da Santa Casa de Campo Grande. Ela foi a quarta vítima de um atropelamento na rua Brilhante a deixar o hospital.

Na madrugada de 31 de dezembro, cinco pessoas foram atropeladas por Rafael Freitas Silva, de 18 anos, que confessou ter ingerido bebida alcoólica e não possui CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Ele conduzia um Fiat Uno. Quinta vítima, Wanderley Roberto da Silva, de 31 anos, permanece internado, sem perspectiva de alta.

Adrieli teve a rotina interrompida quando saía de uma comemoração com dois amigos. Depois de um ano e quatro meses trabalhando, a caixa em uma lanchonete estava de férias. Mas em vez de viajar para Bonito e São Paulo, passou os últimos 30 dias no hospital. Hoje, saiu em uma cadeira de roda e chorando de dor. Incentivada pela mãe Aparecida de Melo, que permaneceu o tempo todo ao lado da filha, Adriele faz planos.

“Esse choro também significa uma vitória. Vai passar com o tempo e vou ter uma vida normal”, afirma a jovem. Ela relata que viveu dias difíceis, com o risco de ter pé amputado e a dor descomunal que enfrenta a cada troca de curativo no tornozelo, que foi esmagado. “Quando o médico disse que podia perder o pé, quase entrei em depressão. Nem queria comer”, diz.

No hospital, foram cinco cirurgias. A primeira foi para colocar uma haste na perna direita. Na segunda, ela teve o joelho esquerdo reconstruído. O terceiro procedimento foi para colocar um fixador no tornozelo. A quarta cirurgia foi porque a terceira não deu certo. No último procedimento, parte da pele foi retirada da coxa para reconstruir o tornozelo.

Segunda-feira, Adrieli já deve estar de volta ao hospital, pois as dolorosas trocas de curativo, que exigem uso de medicamentos para atenuar a dor, não podem ser feitas em casa.

A jovem conta que não sente raiva de Rafael, com quem, inclusive, já estudou. O apelo é por conscientização. “Que ele tenha um pouco de dignidade e pense na dor que causou para essas famílias. Ninguém sabe a dor que passei”, salienta.

Em depoimento na delegacia, Rafael da Silva disse que bebeu duas latas de cervejas. Ele se recusou a fazer teste do bafômetro. No momento do atropelamento, na saída de uma lanchonete, o Uno estava a 76 km/h.

Rafael foi indiciado por tentativa de homicídio por dolo eventual, pela soma da embriaguez, alta velocidade e dirigir sem habilitação. No dia 10 de janeiro, a polícia pediu a prisão preventiva do condutor à 2ª Vara do Tribunal do Júri. Ainda não houve decisão quanto ao pedido.

A família de Wanderley Roberto da Silva relata que o estado neurológico do paciente segue sem alterações. Ele saiu do coma, mas, por enquanto, o único sinal de vida é o movimento dos pés.

As outras vítimas do atropelamento foram Maria Cleuza da Costa Cordeiro, de 45 anos; Edilson Quadros Leite, de 44 anos; e Maxmiller de Jesus Lima, de 21 anos.

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