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Capital

Com avanço da cidade e "atalhos", macroanel registra 12 mortes este ano

Aline dos Santos | 04/08/2013 09:13
Carro e motos aguardam oara entrar na BR-163. Ao fundo, ciclista também espera sua vez. (Foto: Marcos Ermínio)
Carro e motos aguardam oara entrar na BR-163. Ao fundo, ciclista também espera sua vez. (Foto: Marcos Ermínio)

No macroanel de Campo Grande, confluência das rodovias 163 e 262, o perigo mora ao lado. Neste ano, 12 pessoas perderam a vida em acidentes nos trechos que se aproximam do perímetro urbano. Uma a morte a menos do que durante todo o ano passado, que registrou 13 óbitos.

Parte dessa historia trágica se explica no avanço da cidade e nas ligações clandestinas que transformam toda rua em caminho para a rodovia. No bairro Estrela do Parque, saída para São Paulo, o ruído do trânsito pesado domina o ambiente. No asfalto, o vai e vem dos veículos, em sua maioria dos caminhões, não intimida os motoristas que saem das ruas J.Garcia Carvalho Filho e Aldofino Almeida.

Na primeira, além do pavimento da rodovia ser em desnível, há pouca visão para quem usa o atalho para adentrar a rodovia. Da porta de vidro da empresa onde trabalha, Pedro Paulo de Francisco, de 54 anos, testemunha os perigos da travessia. “É muita barbaridade”, relata.

Para ele, a solução seria ter um acesso sinalizado à BR-163, além da duplicação da via. Recentemente, o trecho esteve em obras, mas, por enquanto só veio mesmo o recapeamento. O começo da manhã e fim de tarde são os horários de maior fluxo e perigo. “São vários acidentes”, afirma.

Sair da rua Aldofino de Almeida para ganhar a rodovia é rotina para o motociclista Alex Cazuza, de 25 anos. Ele conta que seguir pela avenida Guaicurus seria até mais rápido para chegar ao local de trabalho. “Pela BR, levo 13 minutos. Pela Guaicurus, levaria dez minutos. Mas a avenida é muito ruim”, afirma. Ele reconhece o perigo, mas garante que a conduta de parar e esperar o melhor momento é a receita para evitar acidentes.

O motorista Neuber Souza Queiroz, de 29 anos, avalia que a rapidez do trajeto compensa os riscos. De um dos quinzes acessos de terra ao longo do trecho que vai até à entrada do bairro Leon Denizart Conte saiu o Fusca que na noite de domingo colidiu com uma carreta. De acordo com testemunhas, o condutor do carro teria tentado entrar na via, quando a carreta atingiu sua lateral. O atalho fica em uma curva.

No sábado, um dia antes do acidente, moradores do bairro fecharam a rodovia 163 por duas horas. Eles cobram que seja feita uma rotatória para organizar o trânsito. O protesto foi em clima de luto. Na mesma semana, o motociclista Oscar Maciel da Silva, de 56 anos, morreu em acidente no local.

Fusca colidiu com carreta ao sair de atalho em curva próximo ao Leon Denizart Conte.(Foto: Pedro Peralta)
Fusca colidiu com carreta ao sair de atalho em curva próximo ao Leon Denizart Conte.(Foto: Pedro Peralta)

Com acesso pela saída para Três Lagoas, o bairro se expandiu em direção à rodovia na saída para Cuiabá. Desta forma, o asfalto da BR ganhou uma duplicação de terra batida, aberta pelas idas e vindas dos veículos e pessoas. Neste cenário, a travessia se torna perigosa.

Complexo - Em 2012, o macroanel rodoviário foi cenário de 183 acidentes. Até julho deste ano, o total já chega a 116. Não há dado seguro do número de caminhões, carros, motos e bicicletas que circulam pelo macroanel no perímetro urbano.

De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), a estimativa é que chegue ate 20 mil veículos, levando em consideração que o fluxo na BR-163 chegue a dez mil veículos. “No macroanel o trânsito e bem mais complexo”, afirma o inspetor Tércio Baggio.

No tocante aos atalhos, a conduta dos motoristas não é passível de punição, pois acessar a rodovia, ainda de local irregular, não é infração de transito.

Duplicação – O reordenamento viário nas rodovias só será feito com a concessão das rodovias 163 e 262 à iniciativa privada. Com a privatização e consequente cobrança de pedágio, as vias serão duplicadas. “É um projeto para duplicar e dar mais segurança, com a duplicação”, afirma o titular da Seintrha (Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Semy Ferraz.

Os municípios ao longo das rodovias apresentaram à ANTT (Agência Nacional de Transporte e Trânsito) propostas para instalação de passarelas.

Confira a galeria de imagens:

  • No Estrela do Parque, rua vira caminho para a BR-163. (Foto: Marcos Ermínio)
  • Motociclista se preparar para encarar trânsito "pesado". (Foto: Marcos Ermínio)
  • Na curva, travessia é mais perigosa. (Foto: Marcos Ermínio)
  • Ao lado da rodovia, restos de veículo envolvido em acidente. (Foto: Marcos Ermínio)
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