ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Cruzamento da Ceará com a Abrão Júlio Rahe é o mais perigoso em Campo Grande

Fabiano Arruda | 02/12/2011 19:30

Outros cinco pontos também estão na lista dos que mais registram acidentes de trânsito

Reportagem flagra conversão à esquerda no cruzamento da Ceará com a Abrão Júlio Rahe, manobra comum e irregular. (Foto: Simão Nogueira)
Reportagem flagra conversão à esquerda no cruzamento da Ceará com a Abrão Júlio Rahe, manobra comum e irregular. (Foto: Simão Nogueira)

Com 12 acidentes registrados até o mês de outubro, segundo dados da Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito), o cruzamento da avenida Ceará com a Rua Abrão Júlio Rahe é o mais perigoso do trânsito de Campo Grande.

O ponto é marcado por conversões à esquerda, irregulares, que acabam por provocar o alto número de colisões. Quem permanece no local por alguns minutos percebe que as manobras são comuns.

Para se ter uma ideia, entre os dias 12 e 13 de maio, foram registrados quatro acidentes em menos de 24 horas no cruzamento.

Comerciantes dizem que a cena é comum. Proprietário de uma empresa de recuperação de automóveis que fica na Ceará, Vilson Finger, 53 anos, garante ter visto, apenas num dia, seis acidentes. Ele trabalha há 26 anos no local.

“Isto é um caos”, dispara, contando que constantemente “ouve o barulho” provocado por acidentes e sai de seu estabelecimento com a intenção de ajudar vítimas.

Para ele, por conta do alto número de colisões, a única saída para solucionar o problema é instalar um semáforo no local.

Outros cruzamentos na região central também chamam atenção nas estatísticas da Ciptran. Os cruzamentos da avenida Ernesto Geisel com a Afonso Pena e com a Antônio Maria Coelho registraram dez acidentes até outubro.

Na Afonso Pena com a 14 de Julho, coração do comércio de Campo Grande, nove colisões foram contabilizadas pela corporação.

A poucos metros do cruzamento, o vendedor de água de coco, que trabalha há quatro anos na calçada a Afonso Pena, conta que presencia rotineiramente o que mostram os números.

Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho registrou nove colisões até o mês de outubro.
Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho registrou nove colisões até o mês de outubro.
Ernesto Geisel com a Rua Bom Sucesso, no Jockey Clube, também é "campeã" em colisões.
Ernesto Geisel com a Rua Bom Sucesso, no Jockey Clube, também é "campeã" em colisões.

Além de simples testemunha, ele conta que uma tragédia no trânsito mudou sua história. Jornalista por formação, revela que abandonou a profissão no dia em que sua filha morreu vítima de um acidente. “Estava de plantão, fui ao local e descobri que era minha filha quando peguei a identidade dela da mão do policial”, detalha.

“Falta educação. Os motoristas não têm consciência do que fazem. É uma questão cultural”, critica.

O alto número de colisões também reflete como realidade fora da região central. Nos bairros, a atenção nos cruzamentos mostra ser cada vez mais fundamental.

O trecho entre a avenida Ernesto Geisel com a Rua Bom Sucesso, no Jockey Clube, por exemplo, registrou o mesmo número de acidentes de trânsito que a Afonso Pena com a 14 de Julho.

Na esquina do cruzamento, o vendedor de uma garagem de automóveis, Rodson Alves, de 24 anos, avisa que nesta sexta-feira, por volta das 12 horas, presenciou uma colisão.

“Aqui é direto. Falta atenção e respeito porque a via é bem sinalizada”, pontua. “Olha lá o cara avançando o sinal”, avisa, apontando para a irregularidade praticada por um condutor no momento da entrevista.

Números oficiais - Segundo o capitão da Ciptran, Geter Ostemberg, chefe do centro de operações da companhia, os números que constam nas estatísticas se referem aos que a Polícia de Trânsito atende.

“Têm muitos casos em que os condutores envolvidos não acionam a Polícia nem registram boletim de ocorrência”, frisa Ostemberg, apontando que, com isto, passam dos 8 mil os acidentes de trânsito em Campo Grande contabilizados até o mês de novembro.

Falta de atenção, desrespeito à sinalização das vias, não sinalizar as intenções, ausência de direção defensiva e excesso de velocidade são os principais causadores de acidentes de trânsito na Capital, informa o capitão.

Nos siga no Google Notícias