ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Em oito meses, 700 motoristas foram flagrados bêbados nas ruas da Capital

Somada a alta velocidade e a veículos irregulares, dirigir embriagado está entre as principais infrações encontradas em Campo Grande

Geisy Garnes | 06/09/2018 14:37
Mapa de calor mostra regiões com maior índices de prisões por embriaguez (Foto: Geisy Garnes)
Mapa de calor mostra regiões com maior índices de prisões por embriaguez (Foto: Geisy Garnes)

De janeiro a agosto deste ano, 700 motoristad e motociclistas foram flagrados dirigindo embriagados em Campo Grande. Desses, 333 foram presos em flagrante pelo crime, o que representa mais de uma prisão por dia. Só nos cinco primeiros dias de setembro, 30 perderam a habilitação em blitz realizadas pela cidade.

Somada à alta velocidade e a veículos irregulares, a atitude de dirigir embriagado está entre as principais infrações encontradas pelos policiais do Bptran (Batalhão da Polícia Militar de Trânsito) durante ações de prevenção na Capital.

Segundo o tenente-coronel Franco Alan Amorim, comandante do batalhão, os dados somam os flagrantes feitos com teste do bafômetro e também de motoristas que se negaram a passar pelo exame, mas estavam em visível estado de embriaguez.

Só no mês passado, 73 ocorrências foram registradas, 41 delas em um único fim de semana. Do dia 1º ao 5 de setembro, foram 30 flagrantes. Conforme o código penal brasileiro, são presos os motoristas que apresentam mais de 0,33 miligramas de álcool por litro de ar expelido, abaixo disso, o suspeito é multado e tem a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) recolhida.

“Para cada tipo de fato a gente faz um planejamento específico. Lei Seca tem um perfil de operação. Uma característica é que esses casos tem maior incidência na área central, porque aqueles que estão na periferia, bebem nos bairros e passam pelos bares da área central e lá a gente realiza as operações”, detalha.

Do bairro para o Centro - “Quando ele ingere bebida alcoólica na periferia e vem para o centro, acaba se envolvendo em acidentes, tanto que é a área central a com maior índice de acidentes, inclusive violentos”, explicou Franco Alan. A embriaguez, somada a alta velocidade, coloca ainda as principais vias da cidade como as mais perigosas.

O mapeamento é feito através de uma banco de dados que integra todas as forças da segurança pública de Campo Grande. Pelos registros da Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, o Sigo- CADG (Sistema Integrado de Gestão Operacional - Central de Comando e Controle) aponta as regiões, os horários, dias da semana e meses do ano, com maior números de assaltos, acidentes e até prisões por embriaguez.

Nos índices de acidente, a avenida Afonso Pena lidera as estatísticas, seguida pela Lúdio Martins Coelho e Duque de Caxias. “São vias bem planejadas, sinalizadas. Isso é uma demonstração clara que os motoristas não respeitam as regras de trânsito”, reforçou o comandante.

São essas vias também às campeãs de alta velocidade. Neste ano 4.500 motoristas foram flagrados e multados por conduzirem veículos acima da velocidade permitida.

Nos primeiros 5 dias de setembro 30 motoristas tiveram as CNH recolhidas (Foto: Geisy Garnes)
Nos primeiros 5 dias de setembro 30 motoristas tiveram as CNH recolhidas (Foto: Geisy Garnes)
Tenente-coronel Franco Alan Amorim, comandante do Bptran (Foto: Geisy Garnes)
Tenente-coronel Franco Alan Amorim, comandante do Bptran (Foto: Geisy Garnes)

Acidentes - Apesar dos dados, os casos de acidentes em Campo Grande reduziram cerca de 23% nos últimos quatro anos. Segundo o comandante, em 2014 foram 14.481 mil colisões na Capital e 112 mortes no trânsito. No ano seguinte foi marcado por uma redução de 1.5 mil - foram 12.981 casos e 96 mortes.

Em 2016 foram registrados 11.779 acidentes, e 83 mortes. No ano passado foram 11.136 e 70 mortes, 13 a menos que o ano anterior. Do dia 1º de janeiro até esta quarta-feira (5), 2018 já registrou 6.500, são, segundo o comandante, mil casos a menos do mesmo período do ano passado. Neste ano, o trânsito de Campo Grande já matou 54 pessoas.

“Comparando esse ano com o mesmo período do ano passado reduzimos em 10% os acidente, e com certeza vamos reduzir ainda mais até o fim do ano”, defendeu Franco Alan. Para o comandante, os números estão diretamente ligados ao aumento da fiscalização nas ruas da cidade e provam que o batalhão de trânsito está no “caminho certo”.

Se 2014 fechou com apenas 70 blitze, em 2015 foram 191. A partir daí, as ações foram intensificadas a cada ano, pulando de 194 em 2016 para 274 no ano passado. Esse ano já foram realizadas 2018 operações apenas pela Bptran.

“Temos que fazer blitz, remover veículos irregulares, investir em prevenção”, reforçou o comandante. Nesse aspecto, a tecnologia se tornou a principal aliada durante as operações. Pelo mapeamento feito pelo Sigo, os equipes conseguem saber a melhor maneira de agir em cada região.

“Em cima dessas informações, com essa gestão inteligente, a gente toma decisões mais próximas da realidade e com isso eu racionalizo meios, recursos humanos e materiais. Nas regiões da cidade que estão com maior índice de roubo, por exemplo, fazemos blitz voltada ao combate a criminalidade, baseado no perfil de ação dos assaltantes. Se eles usam motocicleta, a ação é voltada para motociclistas, e é feita durante o dia, quando temos maior registro de assaltos, por conta dos comércios abertos”, explicou.

Para otimizar os serviços, o batalhão de trânsito ainda pretende usar um drone na fiscalização de filas duplas em frente às escolas da região central da cidade. “O equipamento já foi adquirido, e deve começar a ser usado nos próximos 60 dias”.

Arte: Ricardo Oliveira
Arte: Ricardo Oliveira
Nos siga no Google Notícias