ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 20º

Capital

Estudante que matou advogada admite que fez "limpa" em celular

João Pedro, segundo testemunhas, foi visto falando ao telefone antes de deixar local de acidente no dia 2 de novembro

Viviane Oliveira e Bruna Kaspary | 13/11/2017 12:30
João Pedro (de camisa listrada) chegou a passar um dia na cela da delegacia, mas foi solto dois dias depois (Foto: André Bittar)
João Pedro (de camisa listrada) chegou a passar um dia na cela da delegacia, mas foi solto dois dias depois (Foto: André Bittar)

Dados do aparelho celular iPhone do acadêmico de Medicina João Pedro da Silva Miranda, 23 anos, que matou no trânsito a advogada Carolina Albuquerque Machado, 24 anos, e feriu o filho dela de 3 anos e 8 meses, foram apagados pouco depois que ocorreu o acidente, na madrugada de quinta-feira (dia 2), na Avenida Afonso Pena, no Bairro Chácara Cachoeira, em Campo Grande.

Logo após a colisão, testemunhas relataram que João Pedro foi visto falando ao celular. Em seguida supostamente sob a orientação do pai deixou o local do acidente para não ser preso em flagrante. Ainda conforme testemunhas, o rapaz dirigia em alta velocidade a caminhonete Nissan Frontier e apresentava sinais de embriaguez.

Em depoimento, o estudante negou ter sido orientado a fugir pelo pai. Ele afirmou que perdeu o aparelho no momento da colisão e só não aguardou a chegada da polícia porque entrou em pânico, pois as pessoas passaram a chamá-lo de assassino. No entanto, o aparelho foi encontrado dentro da caminhonete e apreendido pela polícia.

Segundo o delegado da 3ª Delegacia de Polícia Civil, Geraldo Marim Barbosa, a situação levanta suspeita. “Apagar dados do celular e a rede social de toda a família dá a impressão que o ato foi coordenado”, explica. Por sua vez, o acadêmico justificou à polícia, que havia perdido o telefone e resolveu apagar tudo porque no aparelho continha dados pessoais.

Caminhonete que João Pedro conduzia ficou com a frente destruída (Foto: André Bitar)
Caminhonete que João Pedro conduzia ficou com a frente destruída (Foto: André Bitar)

O rapaz também negou que tivesse consumido bebida alcoólica. Ele Afirmou que no dia do acidente passou o dia inteiro em casa. “Nós encontramos outro celular no carro, que João Pedro não reconhece. O curioso é que a conta desse aparelho também foi desativada. Vamos encaminhá-lo à perícia para identificar o dono. Queremos saber se o celular pertence a testemunha ou alguém conhecido de João Pedro. O estudante relatou à polícia que saiu de casa para encontrar alguns amigos nos altos da Avenida Afonso Pena, mas como não encontrou ninguém retornava para o Centro. 

Acidente - Carolina voltava de um encontro com as amigas, quando teve o VW Fox que seguia atingido pela caminhonete, conduzida por João Pedro, que segundo a Polícia de Trânsito, trafegava em torno de 160 km/h e tinha como passageiro o irmão de 21 anos. Após a batida, o rapaz fugiu a pé sem prestar socorro. O filho de Carolina, de 3 anos e 8 meses, que seguia na cadeirinha no banco traseiro fraturou a clavícula. A criança já recebeu alta.

Prisão - João Pedro teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na sexta-feira (3), mas se apresentou à Polícia Civil na tarde de sábado (4). O rapaz passou o fim de semana em uma das celas da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro. No entanto, teve o pedido de prisão revogado e na segunda-feira (6) foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 50,5 mil. Ele responde ao processo em liberdade e está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.

Nos siga no Google Notícias