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Capital

Família de preso por atropelar soldado denuncia agressão de PMs

Aline dos Santos | 11/02/2013 12:30

A família do comerciante Luiz Fernandes da Silva - preso por dirigir embriagado e fugir sem prestar socorro após bater em uma motocicleta da PM (Polícia Militar) - denuncia que foi vítima de ação truculenta da polícia. O acidente aconteceu ontem à noite, no cruzamento das avenidas Coronel Antonino e Mascarenhas de Moraes, em Campo Grande.

“Ele chegou em casa com o carro batido. Mas não parou com medo de ser linchado”, conta Raquel Alcaraz Brito, de 26 anos, namorada do filho do comerciante. Logo que chegou à residência, no bairro Nova Lima, Luiz pediu para o filho ir ao local e ver o que tinha acontecido.

“Nessa hora, chegaram mais de cem policiais, um monte de viaturas. Jogaram o meu namorado no chão, algemaram, bateram. Uma covardia”, relata Raquel. Ela conta que estava com o celular nas mãos, ligando para a família e foi impedida por policiais, que, inclusive, retiraram o chip do aparelho. A jovem também foi ameaçada de ser presa por desacato à autoridade.

Raquel conta que em nenhum momento o namorado ou o sogro reagiram à ação da polícia. “Quero ver se fosse um cidadão comum. Se iam fazer essa covardia”, questiona, indignada. Ela relata que no local havia policiais até da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), a tropa de elite da PM.

Filho do condutor, o estudante de Direito, Luan Pereira da Silva, de 24 anos, também foi levado para a Depac Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Ele foi acusado de tentar impedir a prisão do pai.

Na manhã desta segunda-feira, Luan foi liberado após prestar depoimento. “Vou fazer denúncia para a Corregedoria da Polícia Militar”, salienta. Ele conta que tem marcas nos braços e na cabeça, mas só poderá fazer exame de corpo de delito na quinta-feira. Luiz Fernandes da Silva, de 65 anos, continua preso. Os crimes pelos quais foi denunciado têm pena superior a quatro anos, portanto só o juiz pode arbitrar a fiança.

Preocupação – Comandante da PM, o coronel Carlos Alberto David dos Santos, afirma que toda pessoa que se sentir incomodada com um ato ou procedimento adotado por policial militar pode procurar a corregedoria.

“Me estranha eles dizerem isso. E o direito que o meu PM tinha de ser socorrido quando foi atropelado por esse condutor, cujas informações iniciais dão conta que estava sob efeito de bebida alcoólica. Ele negou o direito do meu PM que estava ferido. Eu, neste momento, estou mais preocupado com a saúde do meu PM”, afirma o comandante da corporação.

O acidente – Luiz, que conduzia um Fiesta Sedan, fez uma conversão proibida e atingiu a motocicleta da Ciptran (Companhia Independente de Polícia de Trânsito). Com a queda, o policial Carlos Eduardo de Souza, de 24 anos, teve fratura nos braços e nas pernas. Ele foi levado para a Santa Casa. O motorista acabou identificado porque testemunhas anotaram a placa do veículo.

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