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Capital

Frota só cresce, mas a sinalização vai desaparecendo das ruas da Capital

Elverson Cardozo | 03/07/2013 08:45
Na rua Bahia, motoristas precisam dobrar a atenção porque na rua não há sinalização para separação das faixas. (Foto: Cleber Gellio)
Na rua Bahia, motoristas precisam dobrar a atenção porque na rua não há sinalização para separação das faixas. (Foto: Cleber Gellio)

O último levantamento divulgado pelo Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito em Mato Grosso do Sul), em maio deste ano, confirma que Campo Grande já não é mais uma cidade de pouco movimento. É, sim, se comparada às grandes Capitais, como São Paulo, por exemplo. Mas, para a realidade local, quase meio milhão (na verdade, 457.106 mil) de veículos nas ruas significa um número expressivo.

Com tanta gente motorizada e podendo deixar o transporte público que, aliás, fica aquém das expectativas, o que os motoristas esperam é que a cidade esteja, ao menos, bem sinalizada, preparada para receber esse fluxo.

A verdade, ao contrário do que se espera, é que isso ainda não é uma realidade. Basta sair às ruas. A equipe do Campo Grande News percorreu alguns bairros da Capital para comprovar o que todo motorista atento consegue perceber: a sinalização não é das melhores.

Há exceções, claro, mas elas ficam, geralmente, próximas do centro, nas partes mais visadas. Os gestores, afinal de contas, não querem fazer feio, mas, apesar do “esforço”, acabam deixando a desejar.

No final das contas, nem os bairros considerados “nobres” escapam. No Jardim dos Estados, por exemplo, boa parte das ruas estão sem sinalização. A Alagoas, no trecho próximo à avenida Afonso Pena, é uma delas.

Sem esforço, o motorista não consegue saber em que faixa está. Por que? Simples. Elas, de fato, não existem. Na mesma região, o problema se repete, na rua Pedro Coutinho. Próximo dali, no cruzamento com a Paraíba, não há placa, nada que indique se a rua sobe ou desce; se só sobe ou se só desce. “Só chegando na esquina para saber qual o sentido da via”, observou a assistente administrativa Jacqueline de Oliveira, de 45 anos.

Nas palavras dela, o trânsito de Campo Grande “é triste”. “Quando tem semáforo as árvores encobrem”, criticou, exemplificando. Jacqueline tem razão. Prova de que a mulher está certa é o sinal que fica no cruzamento da rua da Paz com a Bahia.

Semáforo da rua da Paz está encoberto pelos galhos de uma árvore. (Foto: Cleber Gellio)
Semáforo da rua da Paz está encoberto pelos galhos de uma árvore. (Foto: Cleber Gellio)

De longe, a poucos metros dali, ninguém consegue enxergar. Os galhos não deixam. Quando está vermelho, até dá para notar um pontinho luminoso no meio das folhas. Mas quando é verde, haja atenção. “De vez em quando alguém vem cortar aqui”, comentou o guarda Bonifácio Pedroso da Silva, de 79, que trabalha em um escritório de fazenda há 15 anos. A notícia até anima, não fosse o complemento: “Já tem um ano, mais ou menos, que está assim".

Diferente do guarda que defende a poda regular, a técnica de enfermagem Evelynne Lourenço Mendes, de 24 anos, que trabalha em uma clínica localizada na esquina, defende a retirada completa da árvore. “Atrapalha. Prejudica”, sentenciou, resumidamente.

Talvez essa não seja uma atitude sensata perante os ambientalistas, mas bom senso, ao que tudo indica, também está em falta para quem costuma planejar a cidade, especialmente o trânsito. Na rotatória ao final da rua Antônio Arantes, na Chácara Cachoeira, alguém, pelo visto, tentou apagar a marca de “Pare” escrita no chão, com a intenção, talvez, de deixar só o sinal de preferencial, mas o serviço não boi bem sucedido. As duas marcas continuam lá, nítidas, aliás. É confusão na certa.

Motociclista, Marcos Vinicius reclama da sinalização inadequada. (Foto: Cleber Gellio)
Motociclista, Marcos Vinicius reclama da sinalização inadequada. (Foto: Cleber Gellio)

“Eles tinham que decidir se é para ou dá a preferência”, protestou o motociclista Marcos Vinicius, de 23 anos. Para ele, Campo Grande, neste aspecto, ainda pode melhorar. Há alguns trechos bem sinalizados, mas em outros, geralmente nos bairros, a situação é precária.

Josiane de Souza, de 38 anos, sabe bem o que é isso. Há 3 anos trabalhando como doméstica em uma casa da Vila Célia, ela já presenciou vários acidentes perto do emprego, que fica próximo do cruzamento das ruas Pernambuco e Paraíba. Sem sinalização horizontal adequada, as duas estão “um perigo”.

Para quem não conhece a região, fica difícil adivinhar. “No domingo teve um acidente aqui. Um cara, que vinha em uma camionete, passou direto e bateu em um Gol”, contou. Para a doméstica, é preciso que o poder público tome uma atitude o mais rápido possível. “Precisa de uma sinalização, de um semáforo, qualquer coisa”, opinou.

Como se não bastasse o descaso, é preciso, ainda, lidar com vândalos. A placa de “Pare” posta na esquina da rua Paraíba foi pichada. Morador do Coronel Antonino, o contator Jeremias Diogo Silva, de 64 anos, enfrenta o mesmo problema. O bairro dele é um dos que representam bem esse cenário de “ruas esquecidas e perigosas”.

Em alguns pontos, até existem sinalização, mas nada que seja totalmente compreensível. Na rua das Paineiras não há faixas, nem em boa parte da Enoque Vieira de Almeida. Na Antônio Mena Gonçalves, onde ele tem um comércio, a horizontal está lá, mas bem apagada.

Frota - De acordo com o último levantamento divulgado pelo Detran, em maio, da frota de 457.106 mil veículos existentes na cidade, 429.201 mil são particulares, 19.427 mil de aluguel, 7.931 mil oficiais, 1 de experiência e 545 destinados à aprendizagem. Na lista, um caminhão está inserido na categoria “outros”.

Os dados incluem bicicleta, veículo ciclomotor, motoneta, motociclo, triciclo, automóveis, microônibus, ônibus, reboque, s. reboque, camioneta, caminhão, c. trator, TR. Rodas, TR. Esteira, TR. Misto, caminhonete, side-car, utilitário e motor-casa.

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