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Capital

Homem que matou pai e filho em ciclovia é indiciado por homicídio doloso

Viviane Oliveira | 19/06/2012 19:12

Após 44 dias do acidente, Manoel prestou depoimento na tarde de hoje na 7ª Delegacia de Polícia Civil

Manoel, durante entrevista na tarde de hoje na 7ª Delegacia de Polícia. (Foto: Viviane Oliveira)
Manoel, durante entrevista na tarde de hoje na 7ª Delegacia de Polícia. (Foto: Viviane Oliveira)

“Eu deito e a minha consciência pesa”. O desabafo é do pintor Manoel do Carmo Castro, de 49 anos, condutor de um veículo Escort que atropelou e matou pai e filho no dia 5 de maio, em uma ciclovia no bairro Zé Pereira, em Campo Grande.

Após 44 dias do acidente, Manoel prestou depoimento na tarde de hoje na 7ª Delegacia de Polícia Civil. De acordo com o delegado Luiz Carlos Rodrigues da Silva, Manoel foi indiciado por homicídio doloso, que pode levá-lo a júri popular.

Neste caso, o entendimento é de que houve o dolo eventual, quando a pessoa assume o risco de matar, como dirigir em alta velocidade e sem CHN (Carteira Nacional de Habilitação).

Segundo laudo da Polícia Civil, além do condutor não ser habilitado foi comprovado que ele estava em alta velocidade - 65 a 90 km/h. Na via o limite máximo é de 40 km/h.

“Ele alega que na hora do acidente houve falha mecânica e o freio não funcionou, no entanto, foi descartada esta hipótese pela perícia”, disse Luiz.

Conforme o delegado, também foi descartado que ele estivesse bêbado no dia do acidente. “Provas testemunhais e da equipe médica que atendeu a ocorrência, afirmaram que ele não apresentava sinal de embriaguez”.

Manoel disse que no dia do acidente estava voltando do bairro Santa Fé, onde trabalhava de pintor em uma casa. “Não bebo, não uso drogas. Foi uma falha mecânica no carro”, afirma, que perdeu o controle do veículo.

Segundo ele, desde aquele dia não consegue dormir e nem comer direito. “Nunca mais vou dirigir um carro”. Questionado sobre a falta de habilitação, ele explica que aprendeu a dirigir em fazendas, e nunca procurou uma autoescola por não ter estudo o suficiente.

Pai de seis filhos, e avô de dois netos, Manoel teme ir para júri popular. “Tenho medo, os meus filhos sofrem também. Ele conta que morava no bairro Zé Pereira, mesmo bairro das vítimas, e hoje teme voltar lá. “As pessoas ficaram revoltadas”, finaliza.

O acidente - Luiz Carlos de Souza Silva, 47 anos, e Luiz Vinícius Ramires Silva, 12 anos - pai e filho - estavam em frente de casa, na ciclovia da avenida José Barbosa Rodrigues, quando foram atingidos pelo Escort, conduzido por Manoel.

A família ia andar de bicicleta, como de rotina. A mãe do menino e viúva de Luiz, Virginia Ramires, de 39 anos, testemunhou o acidente e por pouco também não foi atingida. O motorista do Escort teve apenas ferimentos leves. Ele foi encaminhado para a Santa Casa e liberado no mesmo dia.

Pai e filho também chegaram a ser socorridos para a Santa Casa, porém devido a gravidade dos ferimentos morreram no hospital.

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