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Capital

Morto por um bêbado, garçom há 36 anos sustentava três netos

Edivaldo Bitencourt e Filipe Prado | 14/04/2014 15:14
"É uma dor insuportável", diz viúva, sobre a morte do marido no trânsito (Foto: Marcelo Victor)
"É uma dor insuportável", diz viúva, sobre a morte do marido no trânsito (Foto: Marcelo Victor)

Gerson Fernandes Guimarães, 52 anos, morto após ser atropelado por um condutor embriagado na tarde de domingo (13), era garçom há 36 anos e tinha assumido o sustento de três netos de 5, 8 e 9 anos de idade. “É uma dor insuportável”, comentou a viúva, a dona de casa Paulina Limemho Guimarães, 46, durante o velório do marido na residência da família, no Bairro Parque do Sol, na saída para Sidrolândia.

Ele morreu quando voltava de um restaurante, onde trabalhava como garçom, função que começou aos 16 anos de idade no Hotel Campo Grande. “Ele trabalhava de segunda a domingo”, contou a cunhada, a doméstica Cristina Vera, 40.

O velório reúne dezenas de amigos e familiares. O sepultamento está previsto para as 16h30 de hoje no Cemitério Santo Amaro, após a chegada de filhos e outros familiares de São Paulo (SP) e Curitiba (PR).

História – Guimarães voltava do serviço quando foi atingido pela Blazer, conduzida pelo digitador Vinicius Leite Soares, 20, que estava bêbado conforme teste do bafômetro realizado pelo Bptran (Batalhão da Polícia de Trânsito). Ele foi preso e aguarda a definição da fiança pela Justiça.

A tragédia ocorreu às 17h de ontem no cruzamento das ruas Coronel Manoel Cecília com Guerra Junqueira, no Jardim São Bento, na Capital. Ele estava pilotando uma motocicleta Honda 150, que havia adquirido há um ano e meio. Para adquirir o veículo, ele vendeu uma máquina de cortar madeira e deu como entrada.

Para sustentar a esposa, que deixou o trabalho por causa de problemas de saúde (diabetes, pressão alta e osteoporose), e os três netos deixados por uma filha, ele trabalhava como marceneiro de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana, ele complementava a renda como cozinheiro e garçom. Casados há 29 anos, o casal tinha seis filhos.

“Era um marido bom para a família”, comentou a esposa, que relatou o esforço dele em construir a casa no Parque do Sol. Ele ampliou a casa trabalhando como pedreiro.
“É difícil ver o meu esposo dentro do caixão. Este cara que o matou é delinqüente, porque matou um pai de família”, afirmou Paulina, aos prantos.

“Agora, a gente não sabe o que fazer”, contou Vera, sobre como manter o sustento da família e dar continuidade à ação judicial para ter a guarda das três crianças.

A família acusa o motorista da Blazer de só ter parado após amigos de Gerson terem barrado o veículo. Apesar das ameaças, populares obrigaram o jovem a aguardar a chegada da Polícia de Trânsito, que fez o teste do bafômetro e confirmou a embriaguez.

Vinícius está preso e responderá criminalmente pela morte do garçom e por estar dirigindo sob efeito de álcool.

Dezenas de amigos e familiares acompanham o velório (Foto: Marcelo Victor)
Dezenas de amigos e familiares acompanham o velório (Foto: Marcelo Victor)
Agora, dona de casa deve assumir a responsabilidade em criar três netos (Foto: Marcelo Victor)
Agora, dona de casa deve assumir a responsabilidade em criar três netos (Foto: Marcelo Victor)
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