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Capital

Motoristas e pedestres travam "guerra" sobre preferência na faixa

Filipe Prado | 11/08/2014 17:10
Motoristas e pedestres ainda disputam a preferência (Foto: Marcelo Victor)
Motoristas e pedestres ainda disputam a preferência (Foto: Marcelo Victor)

Pedestres e motoristas ainda disputam a preferência em ruas e avenidas de Campo Grande. Quem dirige afirma que o pedestre não avisa nem espera para fazer a travessia. Por outro lado, quem anda a pé contra-ataca e relata que o condutor não respeita a faixa.

Na Rua da Paz, em frente ao Fórum, a faixa de pedestres é localizada antes do semáforo. Nos horários de pico, eles sofrem para atravessarem a rua. “Nem sempre é ruim, mas na hora da saída do trabalho é difícil”, comenta Rafaela Gonçalves, 21 anos.

Como no ponto há um fluxo grande de veículos, os pedestres precisam sinalizar para atravessar, mas não é o que acontece normalmente. “Eu trabalho há dois anos pelo centro e percebi que o pedestre não sinaliza, ele somente entra em frente ao carro”, comenta o motorista Antônio Ferraz, 64.

Ele conta que alguns pedestres sinalizam e atravessam a via mesmo com o sinal aberto para os condutores. Mas Suely Benites, 21, afirma que o motorista não está certo. “Falta educação, respeito do motorista”, acusa.

Silvio afirmou que a falta de respeito é de todo o brasileiro (Foto: Marcelo Victor)
Silvio afirmou que a falta de respeito é de todo o brasileiro (Foto: Marcelo Victor)

A Avenida Afonso Pena também possui pontos onde a faixa de pedestres não fica próxima a um semáforo, como em frente à Morada dos Baís. O carpinteiro Alex Arguelho Alves, 26, cobrou mais atenção dos pedestres no local. “Alguns param, mas a maioria não respeita, com isso temos que frear bruscamente para não passar por cima”, aponta.

No meio desta guerra, Silvio Garcia, 51, não diz quem está errado, mas culpa a população em geral. “Isso é a falta de educação do povo brasileiro”, avalia. Para ele, o comportamento fora do Brasil é diferente, “em menor proporção”.

O que normalmente se vê em Campo Grande são pedestres que atravessam a rua fora da faixa, mesmo estando há poucos metros da sinalização. "Isso é complicado, é em quase todo lugar", comenta Alex.

A manicure Patrícia Blini, 42, defende os motoristas. Ela diz que normalmente eles respeitam, mesmo que contrariados, mas observa que nas faixas onde há semáforos os condutores têm mais dificuldades. “O sinal abre, eles fazem a conversão, mas não respeitam os pedestres que estão na faixa”, observa.

Conforme a Agetran (Agência Municipal de Trânsito), até julho deste ano, nove pedestres morreram no trânsito de Campo Grande. Número 30% menor, se comparado com o mesmo período de ano passado, quando morreram 13 pessoas.

Segundo Ivanise Rotta, chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetran, os campo-grandenses precisam de uma mudança de cultura. Os motoristas acabam confiando excessivamente nos carros e na própria habilidade para dirigir.

Ela relatou que atualmente as principais causas de acidentes em Campo Grande são a velocidade excessiva, a embriaguez ao volante e avançar o sinal vermelho.

Nove pedestres morreram no trânsito da Capital (Foto: Marcelo Victor)
Nove pedestres morreram no trânsito da Capital (Foto: Marcelo Victor)
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