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Capital

Onze cirurgias depois de acidente, Cristiane recomeça a vida

Nicholas Vasconcelos | 04/08/2012 15:41

Jovem sofreu duas fraturas expostas nas pernas em acidente no ano passado

Cristiane conta com a ajuda do marido e dos filhos para seguir a vida. (Foto: Nicholas Vasconcelos)
Cristiane conta com a ajuda do marido e dos filhos para seguir a vida. (Foto: Nicholas Vasconcelos)

No dia 22 de fevereiro de 2011, Cristiane Vasconcelos Rodrigues tinha acabado de deixar os filhos na escola e seguia para o trabalho quando viu a vida se dividir em duas: antes e depois de um acidente de trânsito. Aos 23 anos ela foi atingida por um caminhão na rua Santa Emília, no bairro Santa Luzia, em Campo Grande.

Com o impacto, a moto que ela pilotava foi arremessada para um poste. A jovem sofreu fraturas expostas nas duas pernas, uma delas ficou esmagada, caiu em um canteiro e foi atacada por formigas.

Desde aquele dia, foram 11 cirurgias para enxerto de músculos, ossos e pele, 2 meses de internação e 8 meses sem levantar. Com bom humor ela conta que comemorou aniversário na Santa Casa e que já usou todos os aparelhos ortopédicos possíveis.

Hoje aos 25 anos ela ainda não consegue ficar em pé sem a ajuda de muletas, sofre com a falta de equilíbrio e não tem previsão de voltar a andar. “Sou muito agradecida pela minha vida, hoje ela é mais complicada. Graças a Deus estou viva”, celebra.

Até os socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) não acreditavam que ela fosse continuar com as duas pernas. O médico Luiz Antônio Moreira da Costa, 58 anos, conhecido como "Tonhão" do Samu, contou ao Campo Grande News que se espantou ao ver a recuperação da moça.

Depois de 8 meses de fisioterapia, ela aguarda uma melhora no joelho para continuar o tratamento.

Cristiane hoje precisa da ajuda do marido, dos filhos, Leonardo, de 6 anos, e Giovana, de 9 anos, para coisas simples, como pegar um copo de água, servir comida.

A sogra e a mãe auxiliam com os serviços de casa durante a semana. Um esforço coletivo para que ela nunca fique sozinha em casa.

“Sua vida entra em parafuso quando você se vê em uma cama, toda quebrada, contando com a ajuda de todos pra tudo. Você trabalha, estuda, procura conquistar o que almeja e do nada deixa tudo de lado”, conta.

Durante o período de internação a jovem conta que nunca pensou no pior, apenas agradecia por não estar com os filhos no momento do acidente. Conforme o tempo foi passando, os dias na Santa Casa se prolongando e ainda não sem saber o que aconteceria. “Os médicos não diziam que eu iria perder as pernas, mas também não diziam que não iria”, releva sobre os momentos de maior angústia.

“Só de ela estar viva e com as pernas é a melhor coisa, porque do jeito que ela ficou ninguém achava que ficaria”, conta o marido Reinaldo Souza Rodrigues, 30 anos, ao lado da esposa que hoje precisa de sua ajuda.

Cristiane deve seguir por meses de tratamento, para recuperar aos poucos a massa muscular perdida no dia da colisão e também o equilíbrio, mas acredita na recuperação. “Se no próximo aniversário já estiver andando, eu te convido pra festa”, brincou.

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