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Capital

Pais apelam ao "rapidinho", formam fila dupla e congestionam o trânsito

Ricardo Campos Jr. | 25/02/2015 14:48
Fila de veículos no horário de entrada de alunos em escola particular (Foto: Alcides Neto)
Fila de veículos no horário de entrada de alunos em escola particular (Foto: Alcides Neto)

A regra é clara e a maioria dos motoristas deveria saber de cor: parar em fila dupla é infração de trânsito grave sujeita a multa. Entretanto, na entrada ou saída das escolas, as normas transformam-se em justificativas e, no “rapidinho”, algumas ruas são tomadas por longas filas de veículos, conforme constatou o Campo Grande News nesta quarta-feira (25) em um estabelecimento de ensino particular na rua Goiás.

O local tem uma rampa de acesso sobre a calçada para que as crianças sejam deixadas na porta do local de estudos, mas é preciso esperar a vez. “É rápido, é só para deixar meu filho”, diz a advogada Sônia Nascimento. “Todo o dia é assim, deveria ter um guarda para organizar o trânsito”, afirma José Edson de Oliveira.

Rodrigo Flávio Barbosa da Silva, 38 anos, é exemplo de que com um pouco de boa vontade o problema tem solução. Ele parou o carro há mais de uma quadra da escola e foi caminhando com o filho, de mãos dadas, até o portão.

“É mania minha. Prefiro vir a pé a parar em fila dupla. Mesmo quando está chovendo, prefiro descer com guarda-chuva, até porque demora menos que ficar na fila esperando a vez de parar em frente ao local”, relata. Para ele, para facilitar e incentivar a medida, falta uma faixa de pedestres em frente ao local e guardas de trânsito para orientar o fluxo de veículos, pois muitas vezes precisa atravessar a via com criança e os automóveis passam em alta velocidade.

O mesmo faz a empresária Patrícia Bogalho, 30 anos. “Quando não dá para usar o sistema ‘drive trhu’ eu dou a volta no quarteirão e paro em outro lugar”, afirma. Hoje ela achou uma vaga em cima da calçada de um estabelecimento comercial fechado para aluguel. A fila de pais na fila dupla bloqueou a saída dela e a motorista precisou de muita paciência e colaboração dos demais condutores para conseguir sair.

Alguns pais não esperam nem chegar em frente ao portão e desembarcam os filhos ainda na rampa (Foto: Alcides Neto)
Alguns pais não esperam nem chegar em frente ao portão e desembarcam os filhos ainda na rampa (Foto: Alcides Neto)

Pensar no próximo - Para o chefe do serviço de fiscalização da Agetran, Samuel Paiva, falta justamente esse “altruísmo” por parte dos motoristas, o que evitaria esse tipo de problema. Os motoristas geralmente evitam cometer as irregularidades quando notam a presença dos agentes, devendo haver, para resolver a questão, uma mudança ampla de comportamento na sociedade.

“Inibe-se essa questão de fila dupla quando há presença de fiscalização, quando ela não esta presente, porque é humanamente impossível estar em todos esses locais, ocorre que essas pessoas são levadas a cometer com mais frequência as infrações”, explicou.

Segundo ele, a demanda cada dia é maior. “Surgem cada vez mais polos geradores de tráfego, como escolas, shoppings, grandes mercados, grandes empreendimentos. È uma necessidade de que as pessoas se conscientizem e estacionem o veículo com certa distância, poderiam parar um pouco antes e seguir a pé”, afirma.

Muitas vezes, os condutores não têm noção da real dimensão do problema e dos acidentes que o ato de parar em fila dupla poderia causar. “As vezes a pessoa tem ciência da infração, mas enquanto não acontece um acidente com ela, acha que a atitude não é tão grave”, explica.

Ainda que não seja possível estar presente em todos os locais, Samuel orienta os motoristas que ajudem o órgão denunciando os problemas por meio do 118 ou indo diretamente na sede da Agência na avenida Gury Marques, em frente ao terminal Guaicurus.

“Vamos acionar a viatura mais próxima ou, dependendo do caso, será programada uma fiscalização em dias posteriores”, conclui.

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