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Capital

Para fraudar documentação, autoescola tinha funcionária dentro do Detran

Helton Verão | 04/06/2013 17:08
Sobre a mesa, documentação encontrada em autoescola.
Sobre a mesa, documentação encontrada em autoescola.

A operação “Mão Dupla”, realizada na manhã desta terça-feira em Terenos, é só mais um passo contra a fraude na concessão de CNHs (Carteira Nacional de Habilitação) em Mato Grosso do Sul.

Nos últimos 18 meses, a Polícia Civil já expediu 40 mandados de prisão, 12 deles contra servidores públicos, 7 já exonerados. As fiscalizações também provocaram o cancelamento de 300 Habilitações expedidas de maneira irregular e suspenderam certificados de 5 instrutores e 3 autoescolas.

Hoje o alvo foi o Centro de Formação de Condutores Paulinho. Na empresa, pelo menos 52 fraudes foram detectadas, envolvendo 15 candidatos a motorista de Campo Grande.

Segundo o diretor do DETRAN na Capital, Francisco Libóreo Silveira, os alunos falsificaram comprovante de residência, para fazer as provas em um município de trânsito mais “tranquilo”, o que configura falsidade ideológica.

A delegada da Corregedoria do DETRAN, Aline Senotti, lembra que uma lei estadual favoreceu esse tipo de delito, ao estabelecer como documento uma declaração de próprio punho para comprovação de endereço.

Hoje foram presos em Terenos o gerente da agência do Detran, Audeval Francisco Araujo, e o servidor também do Departamento de Trânsito, Sidney Groti Chaves.

As investigações mostraram que a relação do CFC Paulinho era tão próxima ao órgão que uma funcionária cumpria expediente dentro do DETRAN do município. Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, os policiais também encontraram dentro da autoescola laudos médicos e psicológicos de candidatos, que nunca poderiam ter saído do Departamento.

Com essa proximidade, a quadrilha conseguia, inclusive, alterar documentos de veículos pesados e transporte de cargas perigosas, cobrando taxa de R$ 200,00. Certificados de vistoria eram expedidos, por exemplo, sem que ao menos os caminhões passassem pelo pátio do Departamento de Trânsito.

Só uma transportadora de Campo Grande teria pode ter participado do esquema, garantindo a documentação de 20 caminhões. A empresa também investigada, assim como a responsabilidade de todos os condutores beneficiados pelas fraudes.

Também havia adulteração de carteiras. Os fraudadores lixavam a categoria impressa na CNH para colocar a mais interessante para o cliente.

Seis mandados de prisão preventiva foram expedidos, além dos 2 servidores do Detran, o dono do CFC Paulinho, Paulo Martins, também foi preso e outras 3 pessoas são procuradas.

O esquema em Terenos funcionava há pelo menos 5 anos. A suspeita surgiu por conta do número de transferências de processos de habilitação de Campo Grande para o município que tem 2 centros de formação. Ambos são investigados, porém só um foi alvo da ação de hoje.

As prisões foram decretadas para contribuir nas investigações. “Os investigados estavam induzido e orientando testemunhas a prestar depoimento na corregedoria”.

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