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Capital

População cobra solução para via trágica após acidente com vereador

Kleber Clajus | 29/09/2014 17:07
Local onde ocorreu acidente até possui sinalização, mas condutor encontra problemas (Foto: Marcos Ermínio)
Local onde ocorreu acidente até possui sinalização, mas condutor encontra problemas (Foto: Marcos Ermínio)

Constantes acidentes no cruzamento da Avenida Nasri Siufi com a Rua Restinga, na Coophavilla II, fazem os moradores cobrarem intervenção que garanta mais segurança nos retornos existentes entre as vias. Ontem (29), a manicure Célia Abud Almoreno, 35 anos, morreu no local ao ser atingida por carro conduzido pelo vereador Ayrton de Araújo (PT), que teria passado mal ao volante.

“Já chamamos a Agetran (Agência Municipal de Trânsito) para fechar o canteiro ou colocar 'olho de gato' para que o motorista respeite a sinalização, mas nada foi feito. Na verdade, o que existe é um erro de projeto que engenheiro e leigo sabe disso”, explica a presidente do bairro, Maria Bernardete Carvalho, 49.

O som dos acidentes coloca a autônoma Andressa Chiyo, 32, em alerta e a principal reação é pegar o celular para acionar mais uma vez o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência). Há algum tempo ela completou recorde de três ligações em apenas uma semana e faz questão de manter os filhos em casa para não se tornarem vítimas da imprudência.

“É muito preocupante ter sempre acidentes e tinham que providenciar ao menos um quebra molas, fora que ninguém sabe o que está certo ou errado e passa em alta velocidade”, comenta Andressa, que avalia como benéfica a via expressa, mas prefere dar a volta na quadra para entrar em casa na Avenida Marinha.

Professor e ex-conselheiro da Região Urbana do Lagoa, Antônio Alves Pereira, 56, aponta que a causa para tantos acidentes, como o que vitimou Célia Abud, está inteiramente vinculada a “erros de engenharia de tráfego que não fornecem segurança nos retornos”. Ele ainda pontua que cansou de pedir por mudanças necessárias para evitar novas fatalidades.

“Sinalizar não adianta e perdi as contas do número de acidentes. Não existe respeito a velocidade e é necessário um quebra molas ou rotatória para resolver isso”, completa o músico João de Souza Barros, 65.

De acordo com a assesoria de imprensa da Agetran, técnicos foram deslocados até o cruzamento para avaliar possíveis mudanças no local.

O diretor de trânsito da Agetran, Sidinei Oshiro, admitiu que serão necessárias intervenções geométricas, executadas pela Secretaria Municipal de Obras. Ele ainda ressaltou que ordem de serviço prevê investimento em sinalização, nos próximos dias, no Coophavila II.

Tragédia no Coophavilla - Conforme o boletim de ocorrência, registrado na Depac Piratininga (Delegacia de Pronto Atendimento), Ayrton Araújo fugiu do local e deixou seu filho de 35 anos responsável pelo carro. Houve tumulto com moradores.

Em contrapartida, o filho do vereador, Adeilson Freitas de Araújo, 28, disse que ele e o vereador ficaram na casa de uma mulher para "defender a sua integridade física”, uma vez que muitos moradores e parentes da vítima se algomeraram no local. Em seguida, o parlamentar se dirigiu para a delegacia, porém no meio do caminho passou mal e foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário) do Bairro Universitário. Por volta das 23h, duas horas depois do acidente, ele se apresentou na delegacia.

A polícia, de acordo com o delegado Pedro Espindola de Camargo, desconsiderou a evasão ou fuga do local, visto que Ayrton de Araújo se apresentou espontaneamente à delegacia e justificou-se sobre o acidente. Teste de alcoolemia também não indicou a existência de álcool no sangue do motorista.

Antes do acidente, o vereador do PT havia saído de uma reunião partidária no Santo Amaro e tinha por destino o Parque do Sol.

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