Sem vaga para estacionar, motoristas evitam Centro e comércio reclama
Sem as 240 vagas, que existiam antes da reforma da Avenida Afonso Pena, os motoristas voltam a reclamar da falta de vagas no Centro de Campo Grande. Mas não só eles os revoltados. A Associação Comercial reforça que os comerciantes são os mais prejudicados com o problema na Capital.
Encontrar uma vaga chega a ser considerado "milagre" para alguns motoristas, como para autônoma Claudete Moraes Nogueira, 42 anos. “Está muito complicado encontrar. A gente não acha e quando encontra acha um milagre”, brinca.
Com isso, muitos motoristas evitam o Centro. “Antes eu vinha umas três vezes por mês, agora eu venho uma e olhe lá. A grande demanda de veículos dificulta”, comenta o bombeiro militar Adonias Garcia, 46.
Vários comerciantes e empresários tiveram que aderir ao estacionamento particular, como um diferencial e atrativo, como a Conveniência Alemão e o Cartório Ayache.
Muitos campo-grandenses tem trocado o centro pelo shopping, pelo conforto. “O estacionamento que antes era ruim, virou o benefício do shopping”, admite o presidente do Conselho do Comércio Central da Associação Comercial André Eduardo Moretto.
O prejuízo é nítido, conforme o presidente, mas ainda não há dados “palpáveis” sobre o assunto. “Está afetando o comércio de Campo Grande, temos percebido que as vendas tem caído”.
Para ele, as 240 vagas que foram retiradas da avenida, prejudicaram os motoristas, porque a decisão reflete no comércio central, que não consegue acompanhar o crescimento da frota de carros, que segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) chegou a 248.372 mil carros em 2010.
“Para mim isso é falta de planejamento urbano. Se a prefeitura pedisse para que cada comércio criado construísse um estacionamento subterrâneo com 50 vagas cada, já iria desafogar”, analisa o bombeiro.
Outra alternativa, de acordo com o administrador Cleber Coimbra, 47, são estacionamentos públicos para a população. “O parquímetro não ajuda muito e os preços dos estacionamentos particulares são exorbitantes, então acho que lugares públicos poderiam ser criados para ajudar”, alega.