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Capital

Viúva cobra indenização de pai de condutor que matou segurança

Luciana Brazil | 22/01/2014 16:28
Davi esperava o semáforo na Afonso Pena abrir quando foi atingido pelo  Punto. Ele morreu na hora. (Foto: Luciana Brazil)
Davi esperava o semáforo na Afonso Pena abrir quando foi atingido pelo Punto. Ele morreu na hora. (Foto: Luciana Brazil)

O empresário Antonio Ildivan Pinto Lima, pai do estudante Richard Gomide Lima, que atropelou e matou o segurança Davi Del Valle Antunes, 31 anos, na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, também responde ao processo de indenização movido pela viúva da vítima, Laís Marine, 24 anos. O valor da ação, que tramita na 8° Vara Civil da Capital, é de R$ 535 mil.

Na ação civil, o empresário também deverá responder pela reparação de danos já que era proprietário do veículo Punto que Richard dirigia no dia do acidente, na madrugada do dia 31 de maio de 2012.

A primeira audiência da ação está marcada para amanhã, às 16 horas. Conforme o advogado de Laís, Kalbio dos Santos, o pai de Richard também responderá ao processo, já que a responsabilidade pelo acidente também é do proprietário do veículo.

“Ele era o proprietário do carro e neste caso, ele também responderá. A ação é do ponto de vista moral e financeiro. O Davi era o provedor dos alimentos. A viúva passou muitas dificuldades depois do acidente”.

O valor da motocicleta usada pelo segurança, que na época valia cerca de R$ 7 mil, foi acrescentado ao valor da ação.

Laís recebe hoje uma pensão por morte que é paga pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Ela não trabalha porque precisa cuidar do filho, que tem 2 anos e meio.

O advogado dos réus, Elias Pereira de Souza, afirmou na manhã de hoje (22) que se houver acordo na audiência de amanhã o processo será finalizado. Caso isso não acontece uma nova audiência será marcada, onde o juiz poderá ouvir as partes e testemunhas.

“Não existe intenção dos meus clientes de não pagar. Isso nem passa pela cabeça deles. O que é justo é justo. Se a sentença for justa, eles irão arcar com conseqüências”, disse Elias.

Para ele, o valor pedido na ação de indenização, de mais de R$ 500 mil, faz parte da estratégia do advogado da vítima.

“Eles estão pedindo o que permite a parte pedir. Mas é impossível que o juiz dê essa condenação. Até porque, quando um pedido de indenização é acatado o outro similar é excluído, portanto, o valor será bem menor”.

Sobre um possível acordo na audiência de amanhã, Elias não soube dizer o valor que os réus irão oferecer. “Vamos fazer uma reunião agora para definir esse valor”.

Além da ação de indenização, corre na Justiça um processo criminal contra Richard, que foi recebido pela Justiça no dia 6 de junho de 2012. Em agosto do mesmo ano, a esposa de Davi entrou na Justiça com a ação de indenização por dano moral e material.

Jovem responde processo em liberdade.
Jovem responde processo em liberdade.
Os sapatos da vítima ficaram na avenida após o acidente.
Os sapatos da vítima ficaram na avenida após o acidente.

O primeiro depoimento de Richard no tribunal ocorreu no dia 13 de agosto de 2012. Ele foi preso em flagrante e ficou detido por quase seis meses no Petran (Presídio de Trânsito). Ele foi solto em novembro do mesmo ano.

De acordo com o advogado dele, José Roberto Rodrigues da Rosa, o alvará de soltura foi concedido pelo desembargador Dorival Moreira dos Santos.

Richard iria a júri popular no dia 5 de outubro. Mas a defesa recorreu da sentença de pronúncia por não concordar com a acusação de homicídio com dolo eventual.

Acidente- De acordo com as imagens de câmeras de segurança, Davi estava parado no sinal da Avenida Afonso Pena, em frente ao Shopping Campo Grande, quando foi atingido pelo veículo que Richard dirigia.

Ele foi lançado a 38 metros de distância e a moto a 57 metros, conforme constatado pela perícia. O radar mostra que o carro estava a 83 km/h e furou o sinal, que estava vermelho há sete segundos. Davi voltava para a casa após trabalhar no bar Miça, que fica na mesma Avenida. Richard foi preso em flagrante.

Na ocasião, o condutor se negou a fazer o teste do bafômetro, contudo, foi registrado um termo de embriaguez, pois, conforme os policiais que atenderam a ocorrência, o jovem apresentava forte odor de álcool, além da voz pastosa e embargada.

Em audiência na 2ª Vara do Tribunal do Júri, Richard assumiu que estava em um motel antes do crime e bebeu uma taça de champanhe. Até então, ele negava.

Segurança deixou um filho pequeno. Hoje a criança está com dois anos e meio. (Foto:Arquivo Pessoal)
Segurança deixou um filho pequeno. Hoje a criança está com dois anos e meio. (Foto:Arquivo Pessoal)
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