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A base da prosperidade empresarial

Por Orlando Oda (*) | 07/04/2014 08:28

O currículo que Steve Jobs publicou no seu retorno para Apple inicia com as seguintes palavras: “"Estou procurando um lugar que necessite de muitas reformas e consertos, mas que tenha fundações sólidas”. Ele sabia muito bem o significado de “fundações sólidas”.

A coisa mais importante quando se constrói um edifício é a sua fundação. É a base que fixa e sustenta toda a estrutura da construção. O que chama a atenção de um prédio é sua parte visível, a fachada. Mas, ela é totalmente dependente da base para continuar mostrando o seu rosto.

A base não é visível, assim como a raiz de uma árvore. A raiz fica dentro da terra, extrai os nutrientes e dá vida à árvore para produzir frutos. Se plantar uma árvore sem raiz, em pouco tempo ela acaba morrendo. É o que acontece com 75% das empresas que abrem e fecham as portas antes de completar os cinco anos de vida.

As causas apontadas para o fracasso são: falta de planejamento, inabilidade no trato dos clientes, descontrole financeiro, falta de conhecimento, etc. Todas estas causas apontadas são as partes visíveis. Mas, é como uma árvore plantada sem raiz ou que não foram plantadas adequadamente. Permanece viva por muito pouco tempo.

A base da empresa é a raiz que sustenta e nutre sua saúde física e financeira. Pode ser percebido como confiança e credibilidade, mas não é visível. No dia da tempestade o que mantém a árvore não é o seu tronco forte. É a raiz que dá a fixação. Da mesma forma, o que mantém viva uma empresa ou um indivíduo no dia do vendaval é a confiança, a credibilidade, o apoio das pessoas.

Um jardineiro medíocre poda os galhos e folhas de qualquer jeito e não cuida da raiz. Um administrador medíocre também só se preocupa com a parte vísivel. Por isso, só corta os gastos, corta os funcionários sem sabedoria e não cuida do mais importante: a parte invisível que garante a sobrevivência.

A base da sustentação de um négocio são os seus princípios e valores ocultos. Qual é a missão da empresa? Com certeza não é só ganhar dinheiro sem nada dar em troca. Muitos questionam: e as pessoas que ganham muito dinheiro trapaceando os outros, como no filme “O Lobo de Wall Street”?

Não estou falando da conquista da riqueza material momentânea, mas da conquista da prosperidade duradoura. Tudo que é feito sem base desmorona, porque não lhe pertencence de verdade. É como construir no terreno que não é dono, acaba perdendo tudo como no filme.

A base da prosperidade é a geração da riqueza. Se não produzir algo útil, se não prestar algum serviço que seja necessário, não há contraprestação do que recebe. O universo mantém tudo equilibrado. Se receber demais, sem dar nada em troca, toma de volta de alguma forma, na maioria das vezes por meio de doenças, negócios mau sucedidos ou sendo enganado por alguém.

O prinícipio da vivificação mútua é a base da prosperidade. Steve Jobs definiu assim: “Não inventei a língua ou a matemática que uso. Preparo pouco da comida que como e nenhuma das roupas que visto. Tudo que faço depende de outros membros da nossa espécie e dos ombros sobre os quais ficamos em pé. E muitos de nós querem dar uma contribuição para nossa espécie também e acrescentar alguma coisa ao fluxo”.

Para podermos viver, dependemos e recebemos muitas coisas produzidas por várias pessoas da geração atual e dos nossos antepassados. Como contraprestação do que recebemos precisamos também contribuir com alguma coisa para a geração atual e futura. Uma prosperidade conquistada sem base, sem nada dar, sem acrescentar alguma coisa ao fluxo irá embora rapidamente.

(*) Orlando Oda é administrador de empresas, mestrado em administração financeira pela FGV e presidente do Grupo AfixCode.

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