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A contestação de um tempo

Por Arthur Conceição (*) | 07/03/2013 13:39

Foi um tempo de renovação, por meio de novos pensamentos entrelaçados pela sinceridade das músicas expressadas pelo Alexandre Magno Abrão - o Chorão do Charlie Brow Jr. Inúmeras discussões construtivas levaram a banda a escrever frases de efeito, que eram traduzidas pela batida forte da bateria seguida do som das guitarras, demonstrando o verdadeiro cotidiano da imensa diversidade da cultura brasileira.

A indignação nas letras musicais era forte, e a manutenção da banda sempre foi um desafio para conquistar o grande público. Os integrantes do Charlie Brow Jr. conseguiram e fizeram história pela voz rouca e expressiva do vocalista falecido. Sem sombra de dúvida, o Chorão pavimentou a arte musical, sendo parte de toda uma vanguarda como Marcelo Yuka, Lobão e tantos outros.

Chorão, ao pisar no palco, imediatamente identificava-se com a plateia pela sua forte emoção ao fazer o som vibrar por meio das letras poéticas e verdadeiras. A cultura é dinâmica: hoje faz, amanhã transforma e depois as ideias propagam. Nessa função o ícone da banda Charlie Brow Jr. teve a missão de fazer o melhor à frente de duas gerações, quanto à formação intelectual e política de toda uma juventude.

Sempre frisou que tinha uma dívida em fazer as pessoas olharem a sociedade como um todo. Sua alma ainda estará no meio de todos por muito tempo, principalmente daqueles que gostam de músicas sinceras e que nos fazem refletir. Infelizmente temos poucos artistas nessa esteira.

Não podemos negar, Chorão realizou todos os esforços necessários dentro de sua capacidade artística, como um líder incansável de um estilo diversificado na função de cantor, compositor e poeta. Cumpriu a missão junto com os demais amigos da banda que estiveram lado a lado em uma caminhada árdua e polêmica. Os principais templos musicais deste país tiveram a presença do som insubstituível do vocalista. Os brasileiros só têm que agradecer com franqueza este nato “sociólogo musical”.

À luz da mais sincera e lúcida espiritualidade, desejamos paz a este tão incansável músico. Aqueles que querem um país diferente manifestam no dia de hoje seus sinceros agradecimentos a esta banda, por ter dado lições de vida como: “Só o amor constrói pontes indestrutíveis”. Não percamos jamais essa vontade de fazer diferente.

Pois, é com amor que construiremos a verdadeira educação por meio do desenvolvimento cultural. Deus abençoe o CHORÃO, força e coragem para que construamos mais PONTES INDESTRUTÍVEIS. A lição foi dada.

(*) Arthur Conceição é sociólogo, jornalista e professor da rede pública estadual de ensino.

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