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A educação ambiental nos livros didáticos e as mudanças no ensino de ciências

Silvio Profirio da Silva* | 13/01/2012 10:38

Durante muito tempo, o ensino, em perspectiva geral, foi norteado por uma concepção predominantemente tradicional, que concedia primazia a metodologias com um fim em si mesmas e, sobretudo, desvinculadas do campo social. Dentro dessa perspectiva, o ensino de Ciências, nas escolas brasileiras, foi orientado por uma concepção puramente teórica e conceitual, que centrava-se, predominantemente, em conceitos e definições. Estes, por sua vez, deveriam se reproduzidos na íntegra pelos alunos com o propósito de evidenciar sua "aprendizagem". Diante dessa postura didática, excluia-se a possibilidade de o aluno refletir acerca de questões de cunho social, que envolvem a coletividade e que comprometem o futuro de suas gerações posteriores, como é o caso da Questão Ambiental. Essa postura esteve refletida, durante décadas, não só na metodologia de ensino de Ciências, mas, sobretudo, na organização estrutural e conteudística dos livros didáticos dessa disciplina.

Nas últimas décadas, a temática/ problemática ambiental tem sido objeto de inúmeros estudos e pesquisas, ocasionando, assim, um intenso debate acerca dos efeitos das ações praticadas pelo homem em face da natureza. Ao lado da eclosão desses debates, surgem, também, diversos programas/ projetos com o objetivo de levar a espécie humana a se conscientizar acerca da extrema importância da conservação e preservação dos recursos naturais, como também levá-los a perceber as implicação e os reflexos que surgem como fruto de suas ações em relação à natureza. É nesse cenário que se fala em Educação Ambiental. Todos esses estudos acerca dos problemas ambientais têm se refletido no âmbito educacional, levando para a escola uma nova concepção de Ensino de Ciências pautada em perspectivas inovadoras que voltam seu olhar para a reflexão socioambiental. O que, por sua vez, articula os âmbitos sociedade, meio ambiente, ensino e cidadania.

No Brasil, esses estudos foram aplicados aos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, por meio dos quais o ensino, em uma perspectiva geral, passa a ser norteado por um enfoque interdisciplinar. Tal enfoque faz com que as diversas areas de estudos não se limitem em si próprias, ocorrendo, assim, uma articulação entre ambas. Mas, destaca-se, sobretudo, o fato de a partir dos PCNs, ocorrer o surgimento e a adoção dos Temas Transversais [a Ética, a Política, a Diversidade [em suas múltiplas formas], a Pluralidade Cultural, a Saúde, a Orientação Sexual, o Consumo, o Trabalho e, acima de tudo, o Meio Ambiente].

É nesse contexto que o Livro Didático passa a abordar questões sociais, objetivando levar o aluno a refletir e, consequentemente, atuar na sociedade. Esses novos paradigmas estão sendo adotados por diversos manuais didáticos de Ciências, com a pretensão de levar os alunos a compreender sua relação com o meio ambiente e, acima de tudo, leva – los a refletir acerca dos efeitos de suas ações em face da natureza. O que culminou no espaço dado à Temática Ambiental no ensino e, sobretudo, nos livros didáticos, a fim de promover a reflexão socioambiental e, por conseguinte, o desenvolvimento da consciência ecológico-preventiva.

(*) Silvio Profirio da Silva e professor

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