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A escola de hoje a partir da encíclica do Papa Francisco

Por José Carlos Pereira (*) | 18/09/2015 14:48

Um dos assuntos mais comentados na atualidade é a questão ecológica, mas, infelizmente quando se fala intensivamente sobre o tema, este acaba banalizado. A ecologia não deve ser apenas comentada, é preciso vivenciá-la, “encarná-la” em nosso ser.

A preocupação com a natureza deve fazer parte do nosso constitutivo diário. Nesta perspectiva, o Papa Francisco escreveu a encíclica “Laudato Si”, Louvado sejas...!, um documento que fez o mundo repensar o tema como questão essencial e necessidade para todos os habitantes da “casa comum”, como destaca o pontífice.

O papa analisa a situação ecológica a partir da atualidade, relacionando-a com a Sagrada Escritura, levantando o cerne do problema com uma solução a partir de uma “ecologia integral”, onde a sociedade como um todo (economia, política, cultura), em diálogo, é responsável e isto a partir de uma educação e espiritualidade eficazes.

O papa Francisco não apresenta grandes propostas de mudança, pelo contrário, de um jeito simples e modesto, apresenta a solução a partir de realidades pequenas e concretas, pois sabe que a mudança deve acontecer a partir do comprometimento de cada pessoa.

O cuidar do mundo precisa ser um novo modo de ser. Cristãos que dizem acreditar em Jesus e ao mesmo tempo prejudicam o meio ambiente, estão longe de vivê-Lo.

Costumamos jogar a culpa a terceiros, sempre o problema é do governo ou outras instituições. Claro que estes possuem uma responsabilidade social importante, mas a maior mudança passa necessariamente pela conversão pessoal de cada ser humano.

São atitudes diárias e simples que farão a diferença. Se pequenos gestos passarem a fazer parte da vida, teremos uma “ecologia integral”, pois nada prejudicará a vida do outro - aqui como sinônimo de todas as criaturas (homem, plantas, rios, animais etc.).

Qualquer ação negativa relacionada à natureza que o ser humano faz reflete de maneira significativa na vida do planeta. E este “pecado social” não é reparado apenas com um pedido de perdão, mas sim com algo concreto. A mensagem de Francisco não é apenas para católicos, mas sim para todos os homens e mulheres que desejam viver e conviver de maneira harmoniosa.

Por isso a importância da educação neste processo. Educadores precisam entender melhor seu papel, de não apenas problematizar a questão ambiental, mas mudar o “jeito de ser” das crianças e jovens.

Uma escola cristã que não colaborar com a mudança do jeito de ser dos alunos em relação à ecologia, não cumpre o seu papel na educação. Pode ser uma excelente empresa educacional, mas não será uma escola de valores com princípios humanos. A mensagem de Francisco não é para ficar na encíclica, pois o mundo necessita de atitudes urgentes.

Nós educadores Maristas, com um jeito próprio de ser, por meio de projetos pedagógico-pastorais, edificamos uma cultura e espiritualidade ambiental, para que a escola torne-se, de fato, parte integrante da “casa comum”, do respeito, diversidade e cuidado com todos. Uma escola que não seja ecológica, não é uma escola de Jesus Cristo.

(*) José Carlos Pereira, coordenador de pastoral do Colégio Marista Criciúma.

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