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A praça Antonio João e o colono

Por José Tibiriçá Martins Ferreira (*) | 07/12/2010 16:52

Após mais de dois anos, nossa praça foi retirada da população, hoje está sendo devolvida, ainda tem muitos arremates a se fazer, mas afinal, podemos acompanhar o término dos detalhes, dando sugestões.

Tirei as primeiras fotos do local que estava sendo preparado pra a reconstrução, estive ali várias vezes. Recentemente em 26/11/2010, encontrei-me com dona Adélia, disse a ela que estava olhando o local e que daria a seguinte sugestão: que fosse colocado uma plaqueta ao pé de cada árvore, indicando o nome científico e o popular de cada uma delas, pois muitas pessoas gostam de saber a que família pertence.

Sugeri também que o mesmo podia ser feito com as demais árvores existentes nas outras praças e parques, pois temos biólogos, agrônomos na administração municipal que poderiam executar este serviço.

Quanto à praça, os douradenses mais antigos, narram que em 1925, ocorriam cavalhadas onde ela está instalada e que também já foi campo de futebol. Foram plantadas em 1952 as primeiras mudas de árvores e nos anos 1960, instaladas a estátua do Tenente Antônio João Ribeiro, nascido em Poconé-MT no dia 24/11/1826, nosso herói da Guerra do Paraguai (1864-1870), morto em 29/12/1869, onde hoje está instalado o Parque Histórico da Colônia Militar dos Dourados, Município de Antonio João.

Na praça também está a estátua do herói anônimo que representa os primeiros desbravadores, constituindo-se de todos aqueles brasileiros que para cá chegaram e contribuem para o progresso de Dourados.

A primeira cruz em homenagem a Antonio João Ribeiro foi colocada em 1929 na frente da casa da minha bisavó Carlota Almeron Gomes, viúva do Major João Luiz Gomes, falecido em 1901, último diretor da Colônia Militar dos Dourados, cuja filha Sílvia Gomes doou em 1957 30 hectares para construção do parque.

O Coronel Cancelo foi escolhido por ela para construí-lo, ambos estão enterrados na sua entrada. Quem mantém o parque hoje é o Exército, sob a responsabilidade do 10º Regimento de Cavalaria de Bela Vista. Lá no museu existe atualmente a sala Major João Luiz Gomes com fotos da doadora e família que ali nasceram. Vão encontrar um artigo publicado por mim 1987, Jornal o Progresso que narra fatos sobre a Colônia Militar.

Em 1929 o Gen. Valentim Benício da Silva comandou o serviço de topografia e cartográfica para localizar o local onde Tenente Antonio João Ribeiro tinha tombado. Após isso, escreveu um livro intitulado Antonio João, publicado em 1938 e num deles fez uma dedicatória em 01/07/1938 e o presenteou à viúva do Major João Luiz Gomes, Carlota, paraguaia de nascimento.

Doei ao Comando da Brigada em Dourados uma cópia dele, ao 10º Regimento de Cavalaria de Bela Vista, ao Museu de Dourados. Transcrevo aqui um trecho do livro, página 47: “..chegamos à conclusão de que os restos de Antonio João repousam na própria Colônia dos Dourados (Fazenda da Resignação), talvez sob a própria casa que serve de morada aos atuais proprietários, herdeiros do último Diretor da Colônia, Major João Luiz Gomes”.

Às folhas 40, verso do livro tem uma foto tirada em 1929 onde estão os seus filhos e filhas, Izabel, Manoel, Lídia e Silvia Gomes, doadora da área, rodeada das duas filhas Helena e Lourença Gomes Martins, esta hoje com 87 anos, que mora em Dourados.

Amanhã pretendo fazer a entrega de uma cópia do livro à Exma. Sra. Prefeita Municipal de Dourados, dona Délia Godoy Razuk para que ela possa conhecer uma pouco mais da nossa história.

Dourados-MS, 06 de Dezembro de 2010.

(*) José Tibiriçá Martins Ferreira é advogado e produtor rural, em Dourados (MS).

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