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A responsabilidade dos que assumiram o poder

Por Benedicto Ismael Camargo Dutra (*) | 17/05/2016 16:04

O Brasil foi descoberto em 1500. Por séculos, permaneceu como colônia escravocrata. Desde a República, proclamada em 1889, foi mal gerido e mal estruturado. Após décadas de descuidos com o país, agravados com os desmandos fiscais e má gestão das estatais, a corrupção se alastrou desde as prefeituras com seus parcos orçamentos, e no dia 12 de maio de 2016 amanheceu livre da corda bamba. O país corria o risco de despencar num regime de exceção, sem liberdade nem responsabilidade. Ainda tem de se libertar do fisiologismo dos políticos inescrupulosos que só pensam em si.

Com grande displicência, as despesas foram aumentando, estourando no ano eleitoral. Obras superfaturadas, sem olhar para as receitas e as tendências da economia, as dívidas foram aumentando a juros de 14,35%, além das perdas cambiais, visando unicamente a permanência no poder. Câmbio valorizado vai enganando a população e paralisando a indústria. A violência urbana alcança índices alarmantes. Não basta racionalizar as despesas; é preciso criar trabalho e renda para a população, dar preparo, boa alimentação e saneamento.

É hora de agir pelo bem do país, impedindo as práticas desonestas e a facilitação ao capital especulativo de rapina. Que venham os investidores sérios com sua tecnologia contribuir para o progresso e democracia. Para adentrarmos numa nova era, depende do esforço de todos: da classe política, empresarial e da população.

O Brasil precisa de estadistas sérios e sábios que cultivem a paz, a ordem e o progresso. Não pode mais permanecer sob o comando de oportunistas que travam o país, o que vem ocorrendo desde a proclamação da República. Falta equilíbrio em tudo. Receber, todos querem; e retribuir? No Brasil criou-se o mau hábito de que governantes e servidores públicos estão lá para comandar e fazer o que bem entendem para o povo como se fossem donos de tudo, quando na verdade lá estão para servir ao país.

Os dirigentes recém-empossados, encabeçados por Michel Temer, têm a grande responsabilidade de olhar para a população em geral, e oferecer condições apropriadas para possibilitar a melhora de todos que se esforçam para ascender à classe média sustentável, com meios para consumir, empreender e se educar de forma continuada. Deixando-a abandonada como no passado, será inevitável a volta do desânimo e desesperança, abrindo as portas para as esquerdas despóticas e oportunistas, para as quais quanto pior, melhor.

Indignado com o autoritarismo, existente no Peru na fase da ditadura do general Odria (1948-1956), o escritor Vargas Llosa se entusiasmou com o socialismo: "Fiz uma ideia do comunismo como algo que possibilitaria trazer o Paraíso à Terra” - defendendo o liberalismo como a forma que possibilita a convivência pacífica com respeito aos povos e suas diferenças. "É a corrente ideológica mais civilizada e a única que pode permitir a coexistência de pessoas, religiões e comportamentos diferentes e de construir economias mais prósperas", continuou Llosa.

Na história da humanidade, muitos líderes tiveram na mão a possibilidade de dar um novo rumo à trajetória humana, mas acabaram sendo levados pela vaidade ou impedidos de realizar o bem por forças obscuras, que não querem o progresso da humanidade. Com o advento da obra Na Luz da Verdade, no ano de 1931, escrita pelo alemão Oskar Ernest Bernhardt, mais conhecido pelo pseudônimo Abdruschin, o século 20 deveria ter sido o da redenção da humanidade com o alcance do aprimoramento espiritual e material. No entanto, atestando o retrocesso, em vez do progresso com paz, foram os anos mais sangrentos e cruéis, com incontáveis vítimas do egoísmo e sede de poder.

A cada dia que passa a forma de viver se torna mais complicada. Tudo deveria se pautar pela simplicidade, clareza e naturalidade que regem as leis primordiais da Criação, estabelecidas para promover a paz, o progresso e a felicidade.

(*) Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo; articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida; autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”,“2012... e depois?”; “Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”.

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