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Algumas realidades que a presidente Dilma desconhece

Por Ruy Sant’Anna (*) | 16/07/2013 09:06

A presidente Dilma, pelo que se vê desde o início de seu governo, não está ocupada com os problemas brasileiros. Mas, está preocupada com sua campanha eleitoreira de olho em 2014. Acontece que preocupação não é o mesmo que ocupação.

Assim, suas atitudes são mal resolvidas, apenas para dar a impressão de que faz algo. Seu governo não analisa o conjunto da realidade brasileira,

A realidade da atitude da presidente parece um modo de vida. Onde se olha, enxerga-se meia ajuda. Veja no caso da “ajuda” do governo federal brasileiro para Cuba através dos 6.000 médicos cubanos que quer trazer. A “ajuda” que Dilma dará através do governo também é meia boca, porque ela acha que seja ajuda, na realidade é um prejuízo enorme para as famílias cubanas que têm algum familiar médico. Este profissional recebe do governo de seu país o equivalente a um dólar por dia como salário, e o restante do que o Brasil paga é recolhido pelo “democrático” governo cubano. Na realidade o governo brasileiro estará pagando ao médico cubano um salário equivalente a uma bolsa qualquer coisa.

Isso é justo? Será que a presidente Dilma, gostaria de ter algum membro de sua família, sendo tratado dessa maneira? A pátria da família Castro é rica, e o povo miserável e sem liberdade de expressão e de ir vir.

Uma das preocupações do governo cubano é o temor da queda do PT que dá sustentação política e financeira a Cuba.

Assim a presidente Dilma Rousseff não vê a realidade das pessoas que lutam para melhorar de vida honestamente e de acordo com suas possibilidades e que querem receber mais pelo seu trabalho e dedicação e o conseguindo, não está fazendo nada errado.

Errado é um governo fazer o que Dilma faz, mesmo sabendo, que o médico cubano vai receber o equivalente a um dólar por dia e que o restante do que for acordado como salário para o médico, na realidade irá para o governo cubano.

E já vi brasileiro aplaudindo essa crueldade, por achar que essa “economia” é boa.

Boa para quem? Para o médico cubano não é.

Só é boa para Cuba, a República “Democrática” da família Castro e seus protegidos.

É por isso que digo: escravidão não é só contra quem não recebe salário, mas também a escravidão é a do servilismo que paga miséria para quem trabalha, sem condição para desempenhar bem sua profissão ou qualquer atribuição de vínculo empregatício, como acontece no interior brasileiro.

Realidade da grande parte dos postos de saúde brasileira que se precisassem de Alvará para Funcionamento e tivessem de passar pela Vigilância Sanitária, não o conseguiriam, devido às precariedades de suas instalações e falta de aparelhagens mínimas e indispensáveis. Fora pesquisas maquiadas onde até podem ter contabilizado um estetoscópio como dois instrumentos, pois cada lado das “pernas” tem uma numeração diferente...

O governo federal tem de conhecer a realidade brasileira.

A realidade que todo ano se repete em enchentes e desmoronamentos no sul e sudeste do Brasil onde as famílias voltam a perder seus poucos pertences conseguidos às duras penas. Os recursos são prometidos e na maioria das vezes não chegam aos necessitados, ou são “esquecidos” em depósitos. E mais, a presidente, por “problemas meteorológicos” não vai aos locais onde o povo sofre e lhes manda mensagem de solidariedade, com promessa de ajuda.

A realidade de casas e apartamentos do “Minha Casa, Minha Vida” entregues ao povo com rachaduras, antes da habitação, com desmoronamento de prédios desse mesmo programa.

A realidade do seu Raimundo que não morreu das inúmeras malárias que teve, mas viu filhos morrerem de fome e verminose no sertão…

A realidade do seu José que viu seu gado caindo, um a um e se arrastando até morrer de fome e sede.

A realidade da casa de dona Alberta que chora escondida de seus dois filhos menores, porque se sente incapaz de trabalhar, e por isso tem de receber uma bolsa família que a “ajuda” a viver de “favor”, ao invés de ter dignidade de trabalho honesto.

A realidade do seu Alfredo que enfrenta fila para “ganhar” um saco de três quilos de sementes de milho para plantar em seus alqueires esturricados. Ele recebe as sementes, mas, pergunta pra si mesmo, o que colherá com tanta seca no semiárido do sertão, sem assistência técnica e água? Na imprensa chapa branca é vendida a ideia de que “o governo fez a sua parte”. Como assim?Na meia boca?

A realidade dos coxinenses e pantaneiros em geral que sofrem ano a ano com enchentes e assoreamentos no rio Taquari, afluentes e Rio Paraguai e seus tributários, sem solução.

Aí alguém menos avisado pode querer “argumentar”: mas, a presidente Dilma “está preocupada com esse problema”. Acontece que preocupação não é o mesmo que ocupação.

Gente, chega de tanta reunião e comissão para encaminhar soluções sobre o assoreamento e enchentes do Rio Taquari.

Tenho certeza: se o governo deixar, a Embrapa está capacitada para resolver essa parada. Precisa liberdade de ação e dinheiro.

Realidade das estradas brasileiras que precisam de recurso do governo federal para dar melhor condição de trabalho aos caminhoneiros e demais brasileiros que circulam por elas.

Realidade da “flexibilização” nos incentivos financeiros que o governo federal deu às empreiteiras, com aumento de lucro, para que se interessassem pelos editais de concessão das estradas federais para particulares, aumentando inclusive o tempo de permanência com tais empresas.

Realidade da “flexibilização” que o governo federal deu, antes de assinaturas de contratos com as empreiteiras que lhes permitirá aumentar a tarifa de pedágio, além do que já está prejudicando.

Realidade que extorque o povo que precisa usar estradas por onde tem de passar duas ou mais vezes num mesmo dia, tendo de pagar o extorsivo pedágio, por duas ou mais vezes no mesmo trajeto e dia.

Realidade que a presidente Dilma desrespeita na medida em que protege as atuais e futuras concessionárias de estradas, esquecendo que ela é funcionária, servidora do povo e não das empreiteiras. Afinal, o seu salário e mordomias são pagos pelos nossos impostos. Ou não? Enfim, são tantas as realidades que a presidente desconhece, que se assemelha a Lula que nunca sabia de nada...

Enfim a realidade brasileira não é a dos palacianos em Brasília, pois vivemos no Brasil real e não no Brasil maquiado com marketings que esconde da população as mazelas administrativas. O ponto principal de toda realidade é que a maioria da Nação despertou e reage a cada dia com mais vigor e objetividade, por isso lhe dou bom dia, o meu bom dia pra você.

(*) Ruy Sant’Anna é jornalista e advogado.

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