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Conceito Individual...Sentido Coletivo!

Por Rosildo Barcellos (*) | 30/10/2013 10:04

Tem sido comum depararmo-nos com pequenos grupos de amigos, unidos de certa forma por liames com teor romântico, seguro e benigno para utilizar o narguilé, naguilê, nargue, hookah, shisha ou como preferir denominar.Certo é, que ele realmente se transforma no centro da atenções, quando as pessoas começam a ilusionarem e soltar fumaça pelo nariz, fazer anéis e bolinhas de fumaça.

Históricamente está no livro: Aventuras de Alice no País das Maravilhas" (1865), de Lewis Carrol, a personagem Lagarta Azul, sentada sobre um cogumelo, de braços cruzados, fumava tranqüilamente um longo narguilé, quando Alice a encontrou. Entre as palavras aqui e ali e entre uma tragada e outra, a Lagarta Azul, com voz lânguida e sonolenta, espreguiçando-se, conversava com Alice, de maneira calma e temperada.

Atualmente algumas variações nos componentes: fumo de limão com cachaça em lugar da água ou fumo de cappuccino e café gelado; ou ainda fumo de frutas (laranja, pêssego, limão e uva) com vinho ou espumante no lugar da água fazem a alegria dos jovens.OUtras variações já na forma de consumir, como por exemplo a “peruana” que consiste no ato de puxar uma uqantidade razoável de fumaça no nargue e soprar na boca do homem amado, que ao mesmo tempo suga a fumaça que você está soprando.

Na verdade o "narguilé" teve origem no Oriente,onde é largamente usado, e é um "cachimbo de água". Além desse nome, de origem árabe, também é chamado de hookah (na Índia e outros países que falam inglês), shisha ou goza (nos países do norte da África), e independente das variações de nome há diferenças regionais no formato e no funcionamento, mas o princípio comum é o fato de a fumaça passar pela água antes de chegar ao fumante. Uma das versões é a de que o narguilé teria sido inventado na Índia do século XVII, pelo médico Hakim Abul Fath, como um método para retirar as impurezas da fumaça. O funcionamento desse cachimbo é bem simples: Ao aspirar o ar pela mangueira, o ar aquecido pelo carvão passa pelo tabaco, produzindo a fumaça que passa pela água onde é resfriada e segue pela mangueira até ser aspirada pelo usuário e aparenta nas condições que está sendo utilizado no Brasil as característica de serenidade e hospitalidade.

O alerta a ser feito é que o cachimbo produz as mesmas substâncias tóxicas do cigarro e torna-se ainda mais perigoso por conta do compartilhamento (costuma ser fumado em grupo) e das substâncias liberadas na queima do carvão. Sendo compartilhado, existe o risco de se contrair doenças infectocontagiosas, como herpes e hepatite C, por exemplo. Não obstante,como o segundo derivado de tabaco mais consumido entre os jovens, o narguilé pode levar ao câncer, enfarte, aneurisma e doenças respiratórias, além de ser considerado uma porta de entrada para o cigarro, já que tem a mesma capacidade de dependência química.

A Câmara de Campo Grande,capital do estado, aprovou esta semana, por unanimidade, o projeto de lei que institui campanha permanente de orientação sobre os malefícios do uso de cachimbo do tipo "narguilé" na cidade. A proposta, foi apresentada pelo vereador Ayrton Araújo e tramitou em regime de urgência. Reitero que, apesar de ser mais atraente do que o cigarro comum, por apresentar sabor e odor mais agradáveis,e por unir grupos afins, ao seu redor, o "narguilé" pode ser ainda mais prejudicial à saúde do que o próprio fumo tradicional. É pra se pensar. A discussão está a mesa !

(*) Rosildo Barcellos, Articulista

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