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Maio Amarelo: quem erra na rua, erra na estrada

Por Keller Rodrigues (*) | 27/05/2016 10:05

O conceito é básico: quem dirige mal nas ruas e avenidas, dirige muito pior em rodovias. Porque a grande escola de direção segura é a cidade, com todos os seus riscos e problemas. Na rodovia, os momentos críticos são poucos, mas decisivos.

Se na cidade os motoristas não respeitam semáforos, faixas de pedestres e sentidos de direção (cruzar farol vermelho e andar na contramão parecem ser esportes), na rodovia não vão respeitar regras mais simples, porém fundamentais, para salvaguardar a vida.

Ultrapassar em locais com faixas contínuas, utilizar o acostamento como faixa de tráfego, fazer conversões proibidas, dirigir sem respeitar os limites de velocidade e “colar” no veículo da frente são alguns exemplos dessa condução arriscada.

Os motivos para tantos erros são vários. Há muitos condutores sem carteira de habilitação, por exemplo. A CNH não é um documento suplementar. É um certificado formal de um ciclo de aprendizado necessário.

Mas alguns pretensos condutores acreditam que, ao dominarem a técnica básica de embreagem-câmbio-acelerador-freio, tornam-se automaticamente bons pilotos. Conduzir veículos automotores é muito mais complexo do que saber mudar marcha.
Para isso existem os Centros de Formação de Condutores que formam os alunos que pretendem ingressar no estamento de motoristas qualificados.

Para ser condutor capacitado, é preciso aprender regras, leis e procedimentos de segurança. Antes de ser condutor de veículos, é preciso ser um bom cidadão. E ninguém nasce cidadão, é preciso aprender.

É muito importante que o condutor comporte-se com a consciência de que também é pedestre. Precisa pensar a relação do veículo automotor com os espaços públicos como um misto de condutor e pedestre.

Quando caminha, qualquer condutor percebe os riscos representados pela máquina. De brinde, entende a quantidade de atos irresponsáveis cometidos pelos maus condutores. E sabe como percebe? Sendo pedestre.

Ao conduzir um veículo automotor, a pessoa tem a sensação da invulnerabilidade proporcionada pelo conforto e pela potência do veículo. Muitos condutores esquecem que são humanos conduzindo veículos entre humanos.

Ser um bom cidadão é, antes de tudo, respeitar a máxima de que errar é humano. É por isso que existem os acordos sociais. Aceitar a ideia do erro potencial é aceitar cumprir regras, aceitar limites e, especialmente, preservar direitos.

Estamos falando daquele princípio básico da vida: não corra riscos desnecessários. Assiste-se nas cidades e nas estradas a cenas de desrespeito às leis de trânsito. Isso significa desrespeitar os acordos sociais que determinaram limites pela vida. Não se trata de malandragem, como muitos condutores “espertinhos” acreditam. Trata-se de ação potencialmente dolosa.

Quem conduz veículos automotores sem respeitar as leis de trânsito, aceita como natural a ideia de atentar contra a vida alheia. Ou seja, o mau motorista que conduz veículos como um louco desrespeita a vida (dele e dos outros).

Neste mês de maio, em que realizamos várias ações voltadas para a segurança do trânsito por meio do Programa Maio Amarelo, fica um convite a você que conduz veículos automotores. Fique vivo e ajude preservar as vidas. Seja responsável nas ruas, avenidas e estradas.

Perigosos não são os caminhos, mas os condutores despreparados.

(*) Keller Rodrigues é engenheiro civil especializado em engenharia e segurança rodoviária e gestor de Interação com o Cliente da CCR MSVia

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