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Mídia e eleições 2012

Marta Ferreira | 20/08/2012 13:55

Sem qualquer dúvida, as eleições 2012, mais do que nunca, será a eleição da mídia, principalmente da internet. As campanhas estão cada vez mais profissionalizadas. Profissionais da área de comunicação – e sempre é importante ressalvar, “da área de comunicação”- como jornalistas, publicitários, relações públicas e tantos outros profissionais de audiovisual serão contratados, ou foram, a peso de ouro, quanto maior a competência que tenha acumulado no seu currículo. E, novamente, muito mais do que nas outras vezes, os profissionais a serem contratados serão aqueles que tenham amplo conhecimento da área de comunicação, em outras palavras, tenham formação universitária em Jornalismo, em publicidade, em relações públicas ou em audiovisual.

Nenhum candidato se arriscará e entregará toda sua campanha, a custos altos, a profissionais que não tenham domínio de seu campo profissional. No caso do jornalismo, mais do que nunca é valorizado o profissional multimídia. O jornalista terá que dominar, além das técnicas jornalísticas, todo aparato que envolve o Ciberjornalismo, seja na produção audiovisual, no processo de produção de informações para a linguagem do ciberespaço e conhecer todas as características do Ciberjornalismo. Deve ter clareza que o suporte internet tem uma linguagem e uma técnica própria. Um exemplo para que o leitor compreenda essa linguagem jornalística contemporânea está no lugar da fotografia, do fotojornalismo na notícia publicada nos portais jornalísticos. O jornalista que conhece um pouco de ciberjornalismo jamais publicará um foto que o personagem esteja de costas para o texto da notícia. Ou seja, ele poderá alocar a foto, em relação ao texto, à direita ou a esquerda, conforme a posição dos personagens na foto. A posição da foto na notícia na web jamais pode ser aleatória ou estética.

Esta área tem se desenvolvido rápida e intensamente nos últimos anos, é foco de pesquisas e inúmeros estudos no Brasil, em Portugal, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, entre os principais centros de pesquisa. Em Campo Grande, foi criado, em 2008, um Grupo de Pesquisa em Ciberjornalismo cadastrado no CNPq e sediado na UFMS. O CIBERJOR/UFMS possui hoje 12 pesquisadores em atividade, entre estes um pesquisador da UFPR e outra da UFMT. O Grupo de Pesquisa em Ciberjornalismo realizou, nos últimos anos, três seminários de estudos e agora trabalha para integração de pesquisa com as universidades de Barcelona, Complutense de Madrid, de Navarra, de País Vasco na Espanha e com a Universidade da Beira Interior em Portugal, além da integração de trabalho com a Universidade do Texas (EUA).

Na atuação dos ciberjornalistas, o uso das redes sociais, como blogs, Orkut, MSN, Twitter, Facebook, YouTube e tantos outras pelos candidatos poderá se tornar o limite entre mais ou menos em centenas de votos. As redes sociais, se mal utilizadas, podem comprometer todo o desempenho e trabalho realizado pela campanha na TV, no rádio ou no jornal. Todos os candidatos sabem que o veículo que melhor atinge o público em geral é a televisão; entretanto, a campanha na TV é rápida, não há espaço suficiente para todos e alguns terão míseros segundos na tela . Nesse momento entra em ação a repercussão da campanha na TV promovida pela internet, pelas redes sociais e pelos portais jornalísticos. A cada dia, mais e mais políticos se utilizem do twitter, por exemplo, para disseminar suas ideias, seus projetos, suas ações. Apesar de se limitar a 140 caracteres, o twitter pode ser um excelente meio de alavancar uma campanha, mas também pode ser um meio de enterrar definitivamente se mal usado. Esses critérios de utilização são mais complexos do que muitos imaginam. Não basta escrever aquilo que se passa na sua cabeça para obter comunicação eficiente, eficaz. É preciso conhecer bem o meio, ter critérios para veicular informações, para se comunicar. Exemplos de campanhas bem sucedidas não faltam, pode-se lembrar das últimas eleições norte-americanas e o uso intensivo das redes sociais, do ciberjornalismo. Entre as pesquisas desenvolvidas pelos membros do CIBERJOR/UFMS, está o trabalho da jornalista e pesquisadora Janaína Ivo que faz uma análise do uso das redes sociais nas eleições 2012 em Campo Grande. O trabalho, depois de concluído, será importante e útil para um gerenciamento eficaz da internet e das redes sociais nas próximas eleições.

(*)jornalista e professor da UFMS - gerson.martins@ufms.br

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