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Motorista: o problema principal do trânsito

Por Leidiane Nunes da Silva Santos e Fabiano Santana dos Santos (*) | 26/11/2013 09:05

É de conhecimento de todos que, nesses últimos anos, o número de automóveis e motocicletas aumentou consideravelmente no Brasil. De acordo coma a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), foram licenciados 1.480.445 automóveis - um aumento de 8,6% com relação ao mesmo período de 2012 (abril). A expectativa, até o final do ano, é de que sejam vendidos 3,9 milhões de carros - um crescimento de 3,5% a 4,5% com relação ao ano passado. A população urbana também cresceu, porém as cidades ainda não estão preparadas para tais acréscimos, uma vez que a infraestrutura urbana deixa a desejar.

Existe uma variável que deve ser considerada;digamos, a principal variável: o motorista. Este ser, em muitas vezes, desrespeita as leis de trânsito, os pedestres, a vida alheia e a própria vida. Vemos, praticamente todos os dias, muitos acidentes e, claro, temos os graves efatais. Muito se fala que as autoridades deveriam fiscalizar melhor, que os órgãos públicos deveriam se preocupar mais com esta questão, que acidadenecessita de mais e melhor sinalização.

Não discordamos disso, porém os fatos nos mostram outra realidade. Trata-se dafalta de conscientização e educação no trânsito. Motoristas que bebem e dirigem,que não respeitam a sinalização, que se esquecem de utilizar a seta ao realizar uma conversão, que andam pela contramão, que não respeitam os pedestres, que estacionam em local proibido, que passam pelo sinal vermelho, que usam as duas faixas da rua como se fosse somente uma, sem contar os ciclistas que competem com os carros.

Enfim, várias infrações fazem parte de um trânsito que está cada vez mais mortal. Muitos motoristas, ao invés de se preocuparem com a sua vida e a dos outros, pensam apenas no prejuízo financeiro decorrente de uma multa. O egoísmo, personalizado no “jeitinho brasileiro”, consiste em não reconhecer que há diversos outros semelhantes que compartilham das vias públicas e mereceriam respeito.

Cabe lembrar que, em muitos casos, as tragédias de trânsito podem ser perfeitamente previsíveis, bastando o motorista ter cautela e praticar direção defensiva, mas o que vemos é a direção agressiva. Aí nos vem a pergunta: Quando começaremos a olhar para o motorista como um portador de uma arma? A punição deveria ser mais severa para aqueles motoristas que menosprezam a vida (a sua e a de outrem); afinal, quantas vidas são interrompidas diariamente?

Podemos observar que, em muitas cidades,investimentos estão sendo feitos na área de trânsito: ruas que deixam de ser mão dupla, instalação de novos semáforos, lombadas com faixas de pedestre -sobretudoem frente às escolas -, entre outros. Mas precisamos de conscientização e educação de trânsito. A cidade pode estar repleta de placas ou afins, mas, se os motoristas não tiverem responsabilidade, paciência, respeito e educação, de nada adiantará a sinalização.

(*) Leidiane Nunes da Silva Santos é acadêmica do curso de Administração daUFMS – Câmpus de Três Lagoas (MS) e Fabiano Santana dos Santos e administrador e professor da UFAL – Câmpus de Arapiraca (AL).

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