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O desafio da telemetria no campo

Dane Avanzi (*) | 08/04/2013 13:16

Muitas são as ferramentas de gestão e controle a disposição dos gestores do setor de bioenergia ligadas às rotinas de logística e agrícola em geral. No entanto, quando o assunto é transmissão de dados em tempo real em áreas de plantio, muitas variáveis devem ser consideradas para o sucesso da empreitada.

Recentemente vi um grande projeto naufragar devido a escolha da faixa de transmissão dos sinais ser inviável financeiramente para a propagação dos sinais. O fornecedor, sabiamente, deixou expresso no contrato que todos os custos de infraestrutura e construção de torres correriam por conta da contratante. Resultado, o contratante comprou um sistema sem saber quanto teria que investir para ver o sistema funcionando.

Infelizmente casos assim acontecem quando a implantação do sistema não é encarada como um projeto. Aspectos regulatórios, técnicos e logísticos são relegados ao segundo plano, fato que comumente acarreta enormes prejuízos e contratempos à empresa contratante.

A primeira coisa a se ter em mente nos projetos de transmissão de dados é que a propagação não é igual a sistemas de voz. Outros fatores relevantes para o correto dimensionamento de um projeto é a taxa de velocidade mínima que o sistema demanda, a topologia de rede para a eficiente coleta de dados e o conhecimento detalhado do perfil topográfico das áreas de interesse. A quantidade de terminais que transmitirão simultaneamente, além, obviamente, do interfaceamento desses dados com sistemas de informação e plataformas SAP ou Oracle estão ligadas ao bom funcionamento da rede.

Esse tipo de projeto é de extrema complexidade seja pelo grande número de variáveis, seja pela escalabilidade e flexibilidade do sistema de transmissão de se integrar a outros sistemas de informação de forma confiável e sustentável. Para que tudo corra bem, a definição de objetivos e premissas deve ser clara e o envolvimento da alta direção da empresa deve ser direto em todas as fases do projeto, desenvolvimento, implantação, testes e ativação.

É preciso ter consciência da envergadura do desafio e saber que o projeto exigirá um gerente preparado para destrinchar as prioridades, ordenar as tarefas, rastrear processos. Selecionar cuidadosamente recursos materiais e humanos é o primeiro passo para o sucesso da empreitada, que é multidisciplinar e necessitará do trabalho coordenado de várias áreas da engenharia.

Dane Avanzi (*) é advogado, empresário do Setor de Engenharia Civil, Elétrica e de Telecomunicações e Diretor Superintendente do Instituto Avanzi, ONG de defesa dos direitos do Consumidor de Telecomunicações

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