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Previsões climáticas para a próxima safra de verão (2013/14)

Por Carlos Pitol (*) | 08/09/2013 14:00

O início de plantio da próxima safra de verão se aproxima e, enquanto o produtor se prepara para lançar as sementes ao solo na expectativa de uma boa safra, uma das preocupações ou aspecto importante que deve ser considerado pelos produtores é a previsão climática para o período da safra de verão, que vai da semeadura à colheita e tem relações com a safra de outono e inverno.

As previsões climáticas são feitas pelos climatologistas, baseadas no comportamento dos principais fatores macroclimáticos ou fenômenos que influenciam nas variações climáticas, fazendo-se uma relação da possível influência no desenvolvimento das culturas. Portanto, as previsões tem uma probabilidade de não se concretizarem cem por cento, mas não podem ser ignoradas.

Para a próxima safra de verão (safra 2013/14), as informações atuais indicam a continuidade do fenômeno da Neutralidade Climática, provocada pela pequena variação da temperatura das águas em relação à temperatura média do Oceano Pacífico, na linha equatorial. Nesta situação, deveremos ter uma condição climática muito similar à ocorrida na safra 2012/2013. A quantidade de chuvas no total previsto é próximo da média, o que não seria ruim, mas a sua irregularidade na distribuição é o problema. Nesta condição ocorre irregularidade na distribuição tanto no tempo como geograficamente, podendo ocorrer períodos com falta de chuvas alternados com momentos de excessos, assim como locais com chuva normal ou excesso, enquanto falta em outros locais.

Dentro destas possibilidades, é importante ficar ciente de que podemos ter falta de chuva num momento e excesso em outro. A dúvida maior é se isto vai ocorrer nos momentos críticos dacultura da soja.

Por esta razão, o ideal é diversificar em termos de cultivares de soja e escalonar na época de semeadura, de modo que as fases críticas da cultura não fiquem excessivamente concentradas e, em caso da ocorrência de uma adversidade climática, toda a lavoura seja afetada.

As previsões atuais indicam para o estado do Mato Grosso do Sul um atraso no início das chuvas e uma regularização ao longo do mês de outubro. Isto nos diz que devemos ter muita cautela no início da semeadura da soja. Semear com pouca umidade no solo ou no seco, apostando na previsão de chuva pós-plantio, pode ser de alto risco.

Atualmente, a soja sinaliza para um bom preço na próxima safra, enquanto que para o mercado do milho há muitas dúvidas. Então o que é racional que se faça? Com certeza não é semeando a soja de qualquer jeito, pensando no plantio de 100% da área de milho safrinha. As áreas de lavoura com mais de 4 a 5 anos de monocultura soja/milho safrinha necessitam de rotação de culturas e este acreditamos ser um ano favorável para abrir espaço também para outras culturas, como trigo, aveia, nabo forrageiro, crambe e outras culturas conhecidas do produtor.

Não adianta o produtor reclamar que o custo de produção está alto e o preço do produto está baixo se ele não faz nada para que isto seja diferente.

Estamos em tempo de tomar precauções e agir mais conscientemente, nos antecipando a problemas previsíveis.

(*) Carlos Pitol é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, 1981), especializado em manejo do solo e do estado nutricional de plantas pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE, 1999). Atua como pesquisador do setor de Fitotecnia Soja da Fundação MS.

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