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Tecnologia desde cedo

Luiz Gonzaga Bertelli (*) | 15/04/2013 13:36

Enquanto crianças brasileiras se reúnem nas salas de aula para aprender a ler e escrever e a fazer as primeiras contas de aritmética (assim mesmo com altos níveis de deficiência), em algumas escolas primárias da Inglaterra as atividades estão mais avançadas. Os alunos aprendem a linguagem de computadores, começando com os exercícios de linguagem básica aplicados a um jogo e depois interagem com os comandos, podendo modificar a estrutura do game.

A justificativa para a empreitada é precisa: as crianças de hoje nasceram e viverão na era digital, e nada mais natural do que formar desde pequeno essa identidade. Para os especialistas ingleses, a intenção é mostrar às crianças que podem ser produtoras do conteúdo digital e não apenas seus consumidores, tornando-se pessoas mais criativas e preparadas para o futuro.

De fato, os ganhos são enormes. Tanto assim que grandes empresas de tecnologia já estão apoiando projetos, caso da Dell e da Mozilla. Com a alfabetização digital, que vem ganhando força no mundo, as nações mais desenvolvidas mostram o quanto dão importância para uma educação de qualidade e para a formação de uma geração preparada para atuar em um mercado de trabalho cada vez mais tecnológico. Além disso, mantêm-se como potências que detêm os conhecimentos da alta tecnologia, exportando seus produtos eletrônicos para as nações menos desenvolvidas e ávidas desses produtos.

Com grande déficit de profissionais em tecnologia, o Brasil pode tirar uma lição importante dessas experiências: apesar do gigantesco potencial do mercado consumidor, o país pouco produz para a era digital. Ficamos à mercê dos chips e de outros componentes eletrônicos importados dos Tigres Asiáticos e de nações tecnológicas que estão anos-luz à frente, e não vemos uma movimentação no âmbito educacional que sequer proponha soluções a curto, médio ou mesmo a longo prazo para a formação de pessoal qualificado para o setor.

Por isso que investir desde cedo, como no exemplo citado das escolas inglesas, pode ser uma alternativa interessante para uma nação que pretende crescer e se manter entre as maiores do planeta. Só que, sem tecnologia de ponta, esse desejo pode não passar de um sonho distante.

(*) Luiz Gonzaga Bertelli é presidente Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.

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