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Um dia de esperança

Por Fabio Arruda Mortara (*) | 06/06/2016 17:14

O Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, instituído pela ONU, nessa data, em 1972, na Conferência de Estocolmo, tem forte correlação com a cadeia de valor da comunicação impressa, cujo fluxo produtivo é alinhado aos mais contemporâneos preceitos ecológicos. Tal sinergia, em especial no Brasil, onde o papel é integralmente produzido a partir da madeira de florestas plantadas, começa nas árvores, estas incansáveis combatentes na guerra contra o aquecimento da Terra.

Em nosso país, segundo a IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), há 7,74 milhões de hectares de florestas plantadas de eucalipto, pinus, acácia, araucária, paricá e teca. Trinta e quatro por cento destinam-se à produção de celulose e papel. É aí que a indústria gráfica começa a se agregar na cadeia da proteção ambiental. Essa expressiva cobertura vegetal sequestra 1,69 bilhão de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera, contribuindo, assim para mitigar o efeito estufa. O viés ecológico das gráficas manifesta-se, também, em processos industriais cada vez mais marcados pela produção limpa, tintas sem chumbo, economia e reúso da água, utilização das aparas de papel e reciclagem.

Contudo, essa história não termina aqui, pois a pauta ecológica não é isolada, inserindo-se na questão mais ampla da sustentabilidade, com vistas a um processo de desenvolvimento economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Nesse contexto, a indústria gráfica também tem presença marcante. No Brasil, são mais de 20 mil empresas, que empregam cerca de 200 mil pessoas, contribuindo vigorosamente para a inclusão socioeconômica, fomento do nível de atividade e redução das disparidades sociais.

Bem, agora já poderíamos terminar por aqui este artigo alusivo ao Dia Mundial do Meio Ambiente, não fosse mais uma questão relevante: a importância do empoderamento da sociedade por meio da democratização do conhecimento e do acesso à informação. Afinal, nada contribui mais para a sustentabilidade do que uma população de seres pensantes, conscientes e capazes de transformar os sete bilhões de terráqueos numa sociedade global civilizada, pacífica e devidamente contemplada por segurança alimentar, saúde, educação, moradia e saneamento básico.

Tais metas sintetizam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), agenda da ONU para o período 2015/2030, voltada a concretizar aqueles anseios básicos da humanidade. Utopia? Sonho? Não! Se olharmos para a história, veremos que o mundo, apesar de todos os problemas, foi ficando melhor, a cada século, no tratamento às minorias, no combate à discriminação de gênero, étnica e religiosa, na proteção à infância e à juventude, no uso das tecnologias para o bem comum.

Livros, jornais, revistas e cadernos, mídias do conhecimento, foram decisivos para esses avanços. Hoje, os impressos também cumprem missão importante nos ODS, atendendo ao Objetivo Número 12, referente à Produção e Consumo Responsáveis. Pois bem, as informações contidas nos rótulos e nas embalagens de papel-cartão são importantes subsídios para a orientação dos consumidores. A cadeia produtiva da comunicação impressa seguirá contribuindo para mudar o mundo.

É para difundir todo esse protagonismo do setor no contexto da sustentabilidade que instituímos em nosso país, no ano de 2014, a campanha mundial Two Sides. A iniciativa surgiu na Inglaterra e hoje está presente em 13 países europeus, nos Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Austrália e Brasil. Aqui, o movimento conta com 42 entidades signatárias, que congregam cerca de 80 mil empresas, geradoras de 615 mil empregos diretos e faturamento anual de US$ 40 bilhões.

Temos, portanto, motivos para comemorar, com responsabilidade e esperança, o Dia Mundial do Meio Ambiente!

(*) Fabio Arruda Mortara é presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo e da Confederação Latino-americana da Indústria Gráfica; coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem (Copagrem) da Fiesp.

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