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Vitória do coletivo

Por Semy Ferraz (*) | 25/07/2014 12:57

O fraco desempenho do time da Seleção Brasileira de Futebol, que a esta altura dos acontecimentos já é raro consenso entre todos os brasileiros, permite algumas conclusões que vão além do futebol – até porque a velha mania de arranjar “culpados” para justificar as derrotas, os erros, é o mesmo que pôr a sujeira para baixo do tapete.

Este mundial, realizado num país que está promovendo uma quebra de paradigmas dentro das políticas públicas, fez a constatação da vitória do coletivo, em detrimento dos times formados por “ajuntamento” de celebridades, de estrelas.

Em outras palavras, as seleções cujos times se valeram de um “herói” foram naufragando, aos poucos, durante o campeonato. Já a Alemanha e a Holanda, como equipes, são a maior constatação deste critério – muita coesão e sintonia, em vez do individualismo e estrelismo, que marcaram o nosso time. Um exemplo a ser humildemente seguido.

Como em tudo na vida, mais importante que ter uma euquipe (assim mesmo: eu+equipe=euquipe), é saber enfrentar os desafios de forma coletiva, sem estrelismo, sem donos da verdade ou salvadores da pátria, que acham que resolvem todos os problemas individualmente.

Entretanto, como bem disse meu amigo Elvio Marcos Vargas, um apaixonado por futebol, a maior decepção é ver os oportunistas de plantão comemorando a derrota da seleção. Por outros interesses, eles torcem contra o Brasil, dentro da mesquinha lógica do “quanto pior melhor”.

A sabedoria do povo brasileiro – ao contrário do pensamento imediatista de nossas elites bizarras –, aliás, demonstrou sua grandeza e generosidade: até o último momento, apesar do vergonhoso placar dos dois últimos jogos, acreditou no time brasileiro, dando-lhe força, apoio e confiança.

E ninguém pode negar que esta copa, independentemente do resultado, para quem entende de futebol, foi a melhor de todos os tempos. Os números falam por si: organização, em público, em emoção, em número de gols.

Porque, além do esforço dos encarregados em trabalhar para o sucesso do evento, o povo, esse grande sábio – que conhece quem está de seu lado –, soube acolher, hospedar e conquistar todos os torcedores que vieram prestigiar a Copa do Brasil 2014.

A pesquisa realizada com turistas que vieram para o mundial de futebol confirmou o que estava estampado no semblante dos torcedores estrangeiros, que se sentiram em casa: alegria, acolhimento, satisfação e respeito pelo visitante.

Ao contrário dos endinheirados que não perderam a chance de ofender a Presidenta Dilma Rousseff, diante de chefes de Estado e de governo presentes aos atos de abertura e encerramento da Copa das Copas, a população em peso fez a diferença e deu de goleada nos frustrados torcedores do contra, como se o resultado do desempenho da Seleção Canarinho fosse mudar a opinião da população com relação ao futuro do País.

É uma questão de observação e de memória: quem viveu o país das privatizações e do desemprego, sabe discernir o discurso fácil das promessas jamais cumpridas do trabalho incessante que protegeu a indústria nacional, promoveu o reaquecimento da economia, gerou milhões de postos de trabalho e garantiu renda mínima às maiorias eternamente esquecidas.

(*) Semy Alves Ferraz é engenheiro civil e atual secretário de Infraestrutura, Transportes e Habitação de Campo Grande.

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