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Cidades

Coronel que comandou batalhão em MS e se entregou à PF nos EUA chega ao país

Ex-comandante em Bela Vista, Bernardo Romão Corrêa Neto é suspeito de articular golpe e foi preso em Brasília

Por Caroline Maldonado | 11/02/2024 14:24
Coronel do Exército Brasileiro Bernardo Romão Corrêa Neto. (Foto: Divulgação/Exército Brasileiro)
Coronel do Exército Brasileiro Bernardo Romão Corrêa Neto. (Foto: Divulgação/Exército Brasileiro)

Um dos alvos da Operação “Tempus Veritatis” da Polícia Federal, o coronel do Exército Brasileiro, Bernardo Romão Corrêa Neto, que se entregou na quinta-feira (8) nos Estados Unidos, foi preso durante a madrugada deste domingo (11), ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília, e levado ao Batalhão da Guarda Presidencial.

Até janeiro de 2022, ano da eleição presidencial, o coronel comandou o 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, “Regimento Antonio João”, em Bela Vista, a 324 quilômetros de Campo Grande.

O oficial do Exército é um dos quatro investigados por suposto envolvimento nos crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado democrático de direito, que tiveram a prisão preventiva decretada na semana passada.

O militar passou por audiência de custódia durante a manhã com juiz auxiliar do STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro Alexandre de Moraes decidirá sobre a manutenção da prisão. O coronel é suspeito de ter empregado técnicas de militares com formação em Forças Especiais para direcionar manifestações nas portas dos quartéis e nos atos voltados às invasões nas sedes dos Três Poderes do Brasil, em 8 de janeiro de 2023, contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Enviado aos EUA em 30 de dezembro de 2022, o coronel foi designado para exercer uma missão nos Estados Unidos, financiada pelo Comando do Exército em Washington, até junho de 2025. A permanência do coronel em solo estrangeiro, por mais um ano e meio, levantou suspeitas da tentativa de evitar as investigações e a aplicação da lei no Brasil, esses fatos justificaram a decretação da prisão preventiva do militar.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) aponta que em uma reunião em Brasília, em 28 de novembro de 2022, foi discutida a utilização das "forças especiais" do Exército em um golpe de Estado, após o segundo turno das eleições. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e o coronel Bernardo Romão foram apontados como participantes, planejando a tomada de poder após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

Conforme as investigações da Polícia Federal, o coronel atuou na preparação de reunião e seleção de militares formados no curso de Forças Especiais (Kids Pretos) para atuar na tentativa de golpe de Estado. O coronel é apontado como homem de confiança do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo a Polícia Federal.

O coronel é formado pela Academia Militar das Agulhas Negras em 1997 e ocupava o cargo de assistente do Comandante Militar do Sul, general Fernando José Sant’ana Soares e Silva, atual chefe do Estado-Maior do Exército.

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