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Cidades

Psicóloga estava "gelada" quando filho chegou à casa dos avós, narrou família

Mulher foi morta em MS e investigação aponta que filho viajou com corpo no carro, até SP, onde foi preso

Por Dayene Paz | 17/04/2024 12:11
Matheus, filho de Simone, quando foi preso em Andradina. (Foto: Direto das Ruas)
Matheus, filho de Simone, quando foi preso em Andradina. (Foto: Direto das Ruas)

"Gelada e não respondia a nenhum sinal". Assim descreveu para a polícia o pai da psicóloga Simone do Nascimento Kuzminskas, de 46 anos, assassinada pelo filho, Matheus Nascimento Kuzminskas, 24.

A investigação aponta que o garoto matou a mãe em Três Lagoas e dirigiu até Andradina (SP) - uma distância de 35 km - com o corpo no carro, onde parou na casa dos avós maternos e disse que a mãe se jogou do veículo em movimento.

A dinâmica, desde que mãe e filho saíram de um rancho em Três Lagoas, até a chegada do garoto em Andradina, o que levou cerca de quatro horas, ainda é traçada pela Polícia Civil. A delegada Letícia Mobis, que comanda a investigação, não revelou como se deu a morte, se foi através de agressões, se o garoto jogou a mãe do carro ou se atropelou a vítima.

A investigação revelou que Matheus chegou com a mãe já morta na casa dos avós maternos. Questionado pela polícia sobre o motivo de não ter procurado um hospital na cidade sul-mato-grossense, disse que a mãe não queria ser atendida na unidade de saúde onde trabalhava.

Então, na versão do rapaz, decidiu seguir até Andradina para pedir socorro na casa dos avós paternos, mas não encontrou ninguém e, então, procurou os pais de Simone. Contudo, a história contada por Matheus para a polícia é "totalmente nebulosa", como os próprios policiais relataram em boletim de ocorrência.

Banco traseiro do Onix onde vítima foi colocada e levada para Andradina. (Foto: Direto das Ruas)
Banco traseiro do Onix onde vítima foi colocada e levada para Andradina. (Foto: Direto das Ruas)

Isso porque a mãe de Simone disse à polícia que a filha nunca deixava Matheus dirigir e, por esse motivo, estranhou ele chegar às 20h30 em São Paulo. O pai da psicóloga, que ajudou a tirar a filha do Chevrolet Onix para socorrê-la, afirmou que deu uma bronca no neto, dizendo que ele deveria ter levado a mulher para o hospital. Só depois percebeu que a filha já estava morta.

Investigação - A polícia localizou várias testemunhas que deram cronologia do caso, mas ainda tenta traçar a dinâmica, com horários e como ela foi assassinada. Foi apurado que momentos antes de pegarem a estrada, mãe e filho discutiram. "O autor, que é usuário de drogas, foi visto no rancho, bastante alterado, discutindo com a mãe, porque ele queria guiar o carro até a cidade", descreve trecho de nota da Polícia Civil.

Na sequência, mãe e filho foram vistos dentro do carro na MS-320. “Nós localizamos testemunhas na rodovia, que liga a área rural onde eles estavam até a zona urbana de Três Lagoas, e viram esta vítima parada na rodovia. A testemunha parou também. A vítima pediu ajuda e disse que estava sendo agredida pelo filho", explicou a delegada Letícia Mobis, responsável pela investigação.

Outra pessoa que passava pelo local relatou que viu Simone sendo forçada a entrar no carro. "A testemunha viu o filho pegando a vítima pelo braço e pela nuca, a colocando novamente dentro do carro, e seguiu o caminho. Depois, quando a testemunha olhou pelo retrovisor, ainda viu a vítima 'engatinhando' pela rodovia.

Conforme relatos feitos por outras testemunhas à polícia, a "última visão que se tem desta vítima, cerca de 8 quilômetros à frente, é do corpo dela caindo de dentro do carro”, contou a delegada.

Mesmo assim, o rapaz continuou o trajeto e seguiu até Andradina para supostamente pedir socorro aos avós. Lá, contou que a mãe se jogou do carro em movimento. O pai de Simone retirou a mulher do carro e tentou fazer massagem cardíaca, mas sem sucesso. Então, levou a vítima para uma unidade de saúde, mas ela já estava morta.

O rapaz já tinha histórico de agressão contra a mãe, em 2022. Matheus foi indiciado por feminicídio e permanece preso em SP, em função do flagrante que foi feito lá por embriaguez ao volante e omissão de socorro. Além disso, a delegada representou pela prisão preventiva dele pelo feminicídio e aguarda manifestação da Justiça.

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