Sonho de virar servidor federal pode ser real em 2024: confira vagas e dicas

Pensando em virar "concurseiro" em 2024? A chance de se tornar servidor federal pode vir com mais de 20 editais previstos para este ano e os salários podem chegar a R$ 25 mil. Na lista das possíveis oportunidades estão vagas na Caixa Econômica, Correios e Polícia Federal. A expectativa também é grande para o Concurso Nacional Unificado que vai oferecer cargos em vários órgãos federais dentro de um único edital.

O "Enem dos Concursos" será o primeiro grande edital de 2024. Com 6.640 vagas, o Concurso Nacional Unificado tem previsão de edital marcado para 10 de janeiro e inscrições com taxa única a partir do dia 19 deste mês. Há oportunidades para engenheiro, psicólogo, economista, técnico em comunicação social e vários outros cargos, com salários iniciais de até R$ 22 mil.

Organizado pela Fundação Cesgranrio, o edital unificado é composto por 22 órgãos federais, entre eles IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). As provas estão previstas para 5 de maio de 2024.

Só nesta primeira semana de janeiro, mais de 35 órgãos abrem inscrições para cargos de todos os níveis de escolaridade e com oportunidades para ingresso em instituições federais.

Em torno de 1,7 mil vagas estarão disponíveis para os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Sergipe, Rondônia, Pará, Espírito Santo e Amazonas.

Entre os concursos abertos está o da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) com 35 vagas de nível médio/técnico e superior. Os salários são de até R$ 9 mil. Outra instituição com vagas abertas é o Ministério Público do Rio de Janeiro, com remuneração de R$ 33 mil para promotores de justiça.

"É sim um ano de muitas oportunidades. As provas federais têm uma forma de avaliação bem interessante, mas é importante considerar que muita gente falando sobre o assunto gera uma demanda ainda maior. Se as pessoas têm o sonho de passar em um concurso não podem ser influenciadas por demanda de vagas", ressalta João Eduardo Guimarães, dono da Shalom acompanhamento escolar e concursos, há 17 anos atuando em Campo Grande.

Ele lembra que é preciso manter o ritmo de estudo, ter foco e não desistir diante da concorrência. "Muita gente se assusta quando sabe da quantidade de candidatos por vaga, mas é importante lembrar que parte dos inscritos não se preparou, foi influenciada apenas pela oferta de vagas", conta.

Sobre as chances de alguém conseguir passar mesmo com pouco tempo de estudo, João Eduardo diz que depende da rotina do candidato. "Sei de pessoas que ficaram dois anos estudando até a aprovação, mas tinham que trabalhar e dividir o tempo com a família. Também tive alunos que conseguiram passar bem rápido. É o caso de uma aluna aprovada em um concurso da prefeitura após três meses de cursinho. Ela largou tudo, inclusive o trabalho. Estudava dia e noite".

João calcula que "um ano bem estudado pode representar uma boa prova para o candidato", considerando, segundo ele, ao menos duas horas de cursinho por dia e mais uma hora estudando em casa. O investimento no curso preparatório gira em torno de R$ 1.000 ao mês.

Na opinião de Márcio Alves Lopes, coordenador do curso preparatório Mandetta Easy, a primeira dica é persistir, já que muita gente desiste no primeiro concurso: "A preparação nunca é perdida". Hoje em torno de 1.000 alunos estão matriculados no cursinho que existe há três anos e oferece aulas tanto presenciais quanto pela internet. Os pacotes das aulas custam a partir de R$ 750.

Pelos cálculos do coordenador, alunos "de primeira viagem" costumam ter em torno de 35% de chances na aprovação. Quando a pessoa não para de estudar após o primeiro concurso, a chance de aprovação sobe para 80% no segundo ou no terceiro concurso. Para isso é aconselhável seguir na mesma área de estudo aproveitando as matérias já estudadas.

Márcio reforça que tudo depende muito do concurso escolhido. Os municipais tendem a ter uma aprovação maior para quem estudou menos tempo. Ele diz ainda que 70% dos alunos do cursinho dividem a rotina entre trabalho e estudos, ou seja, a maioria não tem tanta disponibilidade para "papirar" o tempo todo.

"O material adequado e direcionado para o edital em questão faz toda a diferença. Estudar português de maneira genérica, por exemplo, não traz o resultado esperado. Cada banca cobra a disciplina de um jeito. Simulados também são essenciais", aconselha.

Ele ainda reforça que na modalidade on-line o que vem dando mais certo são as aulas ao vivo. "Mesmo sendo em casa, o aluno tem um compromisso de assistir à aula em determinado horário, é mais fácil manter a disciplina", conta.

Adonai Corrêa Aranda, de 44 anos, já foi aprovado em sete concursos. Atualmente é servidor administrativo da Sidagro (Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio).

"O segredo é tirar uma hora do dia no mínimo para estudar. Eu estudava sempre uma matéria de Direito junto com português ou matemática, por exemplo, ia intercalando. A dica é nunca desistir. Já entrou no caminho, vá até o fim. Pense a médio e longo prazo. Não passou nessa, tenta outra. Essa história de sair o edital e a pessoa já começar a estudar como louca em cima dele é 'kamikaze'. A pessoa tem que ter um planejamento, um projeto", aconselha.

Pensa que ele parou de estudar? Ainda não. Pretende continuar "papirando" até conseguir passar em um concurso estadual ou federal.

Aos 41 anos, Camila Bende Furtado, também tem uma rotina direcionada aos estudos em busca de estabilidade. Em 2021, com o diploma de pedagogia em mãos, resolveu "mergulhar pra valer nessa vida".

Passou em um concurso na área da educação recentemente, em Terenos, distante 22 quilômetros da Capital. Se conseguir uma vaga de professora efetiva da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande, Camila pensa em continuar estudando para fazer mestrado e doutorado na área da educação.

E depois não descarta um concurso federal. "Penso em ser docente universitária. A educação é algo que me atrai. (Trans)formar pessoas, vai além da formação acadêmica", finaliza demonstrando que se depender dos planos e da disciplina, muitas outras conquistas ainda virão.

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