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Cidades

Advogado vira fiscal de conteúdo preconceituoso contra índios

Mariana Lopes | 11/06/2013 18:41
Terena no dia da reintegração de posse da fazenda Buriti (Foto: Arquivo/Vanderlei Aparecido)
Terena no dia da reintegração de posse da fazenda Buriti (Foto: Arquivo/Vanderlei Aparecido)

O advogado Luiz Henrique Eloy está recolhendo conteúdo preconceituoso, que ofenda de alguma forma o povo terena, postado em redes sociais ou quaisquer outros meios de comunicação.

Através do Facebook, o advogado pede aos aliados da causa indigenista que lhe enviem “material da internet que tenha conteúdo preconceituoso, difamatório e que de alguma forma atinge a honra, a imagem e o nome do Povo Terena, especialmente com relação aos fatos que aconteceram em Buriti”.

Segundo o advogado, após a ocupação dos terena na fazenda Buriti, localizada em Sidrolândia, do ex-deputado Ricardo Bacha, o assunto de demarcação das terras indígenas voltou à tona e muitas pessoas passaram a mandar conteúdos preconceituosos sobre índios.

O advogado destaca que os comentários mais comuns são de pessoas chamando os índios de vagabundos e acusando que eles não gostam de trabalhar. Recentemente, segundo Eloy, a frase “tempo bom era quando o índio só queria apito”, que foi postada no Facebook, ganhou repercussão e uma avalanche de comentários, sendo que em um deles o usuário da rede social dizia que “índio não quer apito, quer pinga”.

“As pessoas não percebem que estamos vivendo um momento delicado, de conflito, e qualquer comentário pode ter repercussão negativa”, pontua Eloy.

O que motivou o advogado a fazer um levantamento de depoimentos preconceituosos foi a falta de conscientização da descriminação que o índio sofre. “Queria que a sociedade em geral visse como o índio é descriminado assim como enxergam que o negro é descriminado”, enfatiza Eloy.

Embora o advogado também faça parte da assessoria jurídica do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), ele afirma que pegou a causa representando o povo terena.

Eloy nasceu na aldeia terena, onde foi criado até os 11 anos. No final da infância ele veio com os pais para Campo Grande para estudar. Se formou em Direito em 2011, com ajuda do ProUne, e desde então se dedica às causas indigenistas.

Segundo o advogado, ele irá analisar todo o material recebido para então ingressar com uma ação judicial no Ministério Público Federal em nome da comunidade.

Quem tiver denúncia de algum material publicado que tenho teor de ofensa, deve enviar ao email luiz-eloy@hotmail.com.

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