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Cidades

Atrás do balcão, eles encontram o prazer do trabalho e fazem carreira

Mariana Lopes | 30/10/2013 09:34
Bruna Leal encontrou nas vendas a oportunidade de construir a carreira (Foto: João Garrigó)
Bruna Leal encontrou nas vendas a oportunidade de construir a carreira (Foto: João Garrigó)

Houve um tempo quando o comércio era apenas o pontapé inicial para juntar uma grana e, então, ir atrás de algo melhor. Longe das imposições do que é ter um trabalho promissor, o vendedor atual e antenado garante que é possível construir a carreira dentro de uma loja e ainda ganhar um salário bem maior do que o de muitos diplomados por aí.

Nesta quarta-feira (30), comemora-se o Dia do Comerciário, aquele profissional que sempre faz de tudo para aguçar o lado consumista das pessoas, mas que também vende realizações pessoais, ajudando a encontrar o produto certo para cada cliente.

Hoje, o Campo Grande News traz a história de pessoas que encontraram a satisfação de uma carreira de sucesso atrás de um balcão, como vendedores. Em busca de oportunidades e com ânsia de “vencer na vida”, eles matam um leão a cada dia e mostram que, independente da área, há sempre lugar ao sol para quem não tem preguiça de ir atrás daquilo que almeja.

O crescimento da carreira está expresso na última RAIS (Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho), que mostra um incremento de 5.690 novas vagas formais em estabelecimentos do comércio varejista de Mato Grosso do Sul, em 2012, e um estoque de 120.900 empregos ao todo.

Consumo - É perceptível que as pessoas estão cada vez mais consumistas. Prova disso são os dados de uma pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), os quais apontam que, em Campo Grande, a intenção de consumo das famílias subiu 0,51% em outubro, se comparado a setembro deste ano.

Os dados indicam que a vontade de comprar está em alta. No Shopping Norte Sul Plaza, por exemplo, local propício para o consumo, o fluxo de consumidores chega a 50 mil aos fins de semana. Contudo, não basta apenas o consumidor querer gastar dinheiro, ele precisa ser fisgado. De acordo com o Sebrae, na hora das compras, o atendimento é fator decisivo para 19% dos consumidores, ao lado da qualidade (36%) e preço (21%).

Segundo a gerente de marketing Daniela Masson, para atingir as metas de venda e crescer dois dígitos percentuais todos os meses em relação ao mesmo período do ano anterior, o perfil procurado é de um profissional proativo, comunicativo e dinâmico, que saiba prestar um bom atendimento.

Rafael se formou em  Ciências da Computação e encontra o prazer nas vendas (Foto: João Garrigó)
Rafael se formou em Ciências da Computação e encontra o prazer nas vendas (Foto: João Garrigó)

História de sucesso – Aos 24 anos e recém formada em Ciências Sociais, Bruna Leal encontrou nas vendas a oportunidade de construir a carreira. Após concluir a graduação, ela ficou seis meses a procura de emprego na área na qual se formou. Frustrada com a realidade do mercado, ela resolveu tentar a sorte e decidiu ser vendedora de uma loja de roupas.

Em pouco mais de um ano, ela subiu de cargo duas vezes. Primeiro foi promovida a vendedora responsável, em seguida, Bruna passou a ocupar o cargo de gerente da Taco, do Shopping Norte Sul.

Mas as vendas não caíram tão de pára-quedas no colo de Bruna. Ela é filha de comerciários e desde cedo tinha o tino para os negócios. “Sempre trabalhei com vendas, mas era como autônoma, já vendi lingerie, produtos de catálogos, sapatilhas, sempre aproveitava os lugares que eu frequentava para vender alguma coisa”, recorda a gerente.

Para quem vive na corda bamba de ter que a cada mês bater a meta de vendas, a reciclagem profissional é indispensável. “Não é só chegar e atender quem entra na loja, os clientes estão cada vez mais exigentes, é preciso buscar técnicas de venda, se aperfeiçoar no papel que desempenha”, orienta Bruna.

Em pouco tempo de carreira, Bruna passou da necessidade de um emprego para a paixão por aquilo que faz. “Apesar de ser gerente e liderar uma equipe, a venda ainda está embutida na minha função, e um bom vendedor ganha muito bem”, ressalta.

E como gerente, Bruna ainda dá a dica, tanto para empregado quanto para empregador. “É importante valorizar o funcionário, pois quanto mais motivado pela loja ele for, melhor será o desempenho na hora da venda e isso, consequentemente, irá refletir no balanço final dos rendimentos do comércio”, destaca.

Sem sair da área – O gerente da loja Kadri Informática, Rafael Lima Netto Vital, 27, formou-se em Ciências da Computação e também se encontrou no ramo do comércio, porém, não saiu tanto da área na qual é graduado. O caso de Rafael foi bem parecido com o de Bruna, da frustração com o mercado de trabalho que haviam escolhido antes. Apesar de as vendas terem vindo como oportunidade do acaso, ambos afirmam que, hoje, não trocariam de área.

Rafael, por exemplo, comprou uma casa e um carro com o salário de vendedor e depois de gerente, em menos de um ano na loja.

Na Kadri, ele começou no setor de vendas, em janeiro deste ano. “Não me senti muito fora da minha área, já que eu vendia produto que conheço, que gosto”, comenta Rafael. O conhecimento e a intimidade com o material abriram outras portas para ele, que logo foi convidado a assumir a gerência da loja, o que mostra que ter qualificação é um ponto positivo e faz diferença.

Com o tempo, Rafael foi se identificando cada vez mais com a profissão e se sente realizado. “Hoje ganho muito mais do que quando trabalhava como técnico de informática, com as vendas aprendi que consigo fazer o meu salário, mas isso depende de cada um, não tem como acomodar, todo dia tem que buscar mais, tem que inventar uma coisa nova, achar um jeito diferente para atrair o cliente”, orienta o gerente.

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