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Capital

Antes de morrer soterrado, pai levou filha para tirar Carteira de Trabalho

Viviane Oliveira e Guilherme Henri | 24/05/2016 11:25
João Ribeiro é velado na Pax Nippon, na Rua 13 de Maio. (Foto: Fernando Antunes)
João Ribeiro é velado na Pax Nippon, na Rua 13 de Maio. (Foto: Fernando Antunes)
Momento em que era utilizada uma retroescavadeira para tirar os escombros de cima de corpo de João. (Foto: Fernando Antunes)
Momento em que era utilizada uma retroescavadeira para tirar os escombros de cima de corpo de João. (Foto: Fernando Antunes)

Antes de ir para a obra, João Ribeiro Carapia, 48 anos, levou a filha de 15 anos, para fazer a Carteira de Trabalho. “No caminho ainda comentou a importância de se ter um emprego. A menina faz curso na Mirim e seria encaminhada para o mercado. Esse foi o último contato dele com a família”. O relato de parentes foi nesta manhã durante velório do operário, que morreu soterrado por um muro em acidente de trabalho.

O trabalhador e mais um colega, Oli Martins de Souza, 46 anos, faziam a escavação de um buraco para construção de outro muro, quando o antigo desabou e caiu sobre os dois, na manhã de ontem, na Rua Presidente Dutra, no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande. Oli sofreu luxação no tornozelo e fraturou três dedos do pé. Ele aguarda por cirurgia na Santa Casa.

Abalados com a morte trágica de João Ribeiro, os parentes relatam que além da menina de 15 anos, o trabalhador tinha mais dois filhos um de 12 e o outro de 18 anos que é fruto de relacionamento anterior. “O sonho dele era comprar um carro e construir mais um quarto para a filha”.

João ajudava a família em casa, os irmãos e a mãe idosa. “A gente ainda não acredita que uma pessoa sai para fazer um serviço e morre no ambiente de trabalho”, reclama uma parente, que pediu para não ser identificada.

Eles afirmam que a empresa responsável pela obra ainda não entrou em contato com a família. O caso que foi registrado como morte a esclarecer é investigado pela 2ª Delegacia de Polícia Civil. 

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