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Capital

Após espera por mais de sete horas, pacientes se revoltam em UPA

Helton Verão | 12/03/2013 19:15
Após chegada da imprensa e vereador, pacientes foram chamados e se apertaram em corredor (Foto: Helton Verão)
Após chegada da imprensa e vereador, pacientes foram chamados e se apertaram em corredor (Foto: Helton Verão)
Mais de 200 pessoas lotaram a sala de espera da UPA Cel. Antonino (Foto: Marcos Ermínio)
Mais de 200 pessoas lotaram a sala de espera da UPA Cel. Antonino (Foto: Marcos Ermínio)

Pacientes se revoltaram, hoje à tarde, contra a demora de mais de sete horas e as longas filas na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino. Além da epidemia de dengue, o caos foi agravado pela falta de médicos para atender a população. 

Cerca de 200 pessoas lotaram a sala de espera da UPA. Apenas um médico era o encarrregado pelo atendimento da manhã até o fim da tarde desta terça-feira. “Estou desde às 9 da manhã aqui, não sei mais o que fazer, cheguei a desmaiar lá dentro, agora já são 16h30”, relatou aos prantos, a dona de casa Aparecida Ivaldenir, de 42 anos.

Segundo os pacientes, alguns medicamentos estão em falta há mais de um mês na farmácia do posto. “É um descaso com a população, estou há mais de quatro horas aqui, teve paciente que deitou no chão por não aguentar mais esperar”, relata Adriana de Oliveira, de 40 anos.

Uma idosa de 71 anos, com diabetes e hipertensa não aguentava mais esperar um médico e cogitava ir a outro local para receber atendimento. “É um descaso com a humanidade, tanta gente passando mal e agora pouco eles pararam de atender dizendo estar em reunião”, criticou a aposentada, dona Cenira Alves.

Paciente mostra documento dispensando do atendimento por falta de médico (Foto: Marcos Ermínio)
Paciente mostra documento dispensando do atendimento por falta de médico (Foto: Marcos Ermínio)
Dona Aparecida Ivaldenir sentia muitas dores e chegou até desmaiar (Foto: Marcos Ermínio)
Dona Aparecida Ivaldenir sentia muitas dores e chegou até desmaiar (Foto: Marcos Ermínio)

O vereador Gilmar Neri Da Cruz (PRB) chegou ao posto e questionou o motivo da demora no atendimento. “Tirei fotos e vou cobrar o prefeito Alcides Bernal”, prometeu o parlamentar, que conversou com os pacientes revoltados.

Por volta das 17 horas, mais de 50 nomes foram chamados de uma vez e a sala de espera se esvaziou um pouco. “Eles estão fazendo isso porque vocês da imprensa chegaram e estão tirando foto do descaso deles, olha o corredor está todo lotado, vocês acham que vão conseguir atender tudo aquilo de uma vez?”, questiona o lavador de carro, Djalma da Costa, de 18 anos.

No corredor lotado, muito bate boca e gritos puderam ser ouvidos do lado de fora da UPA e os seguranças precisaram conter os pacientes e funcionários mais exaltados. “Uma vergonha, o funcionário entrou na nossa conversa e perguntou porque não pago um plano de saúde ao invés de perturbar aqui”, contou a doméstica Eliane Jesus do Nascimento, de 49 anos, após pedir para receber atendimento.

A reportagem do Campo Grande News conversou com vários pacientes na fila de espera. A maior parte apresentava os sintomas da dengue.

“Minha irmã desmaiou hoje, suspeitamos que ela está com dengue”, disse Neide da Silva, de 42 anos. Outro paciente muito debilitado na sala de espera era o produtor rural, Aílton Batista, de 54 anos. “Desde domingo estou com diarréia e muitas dores no corpo, creio ser dengue”, descreveu.

Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), as notificações de casos de dengue começam a diminuir em Campo Grande. No começo de mês foram 200 notificações por dia.

“Em janeiro, por cinco dias ininterruptos, foram 1.200 notificações diárias. A partir do dia 23 de janeiro, começou a ter queda, com 800 casos por dia. Em fevereiro, ficou em torno de 600”, afirmou o secretário Ivandro Côrrea Fonseca, no último final de semana.

Ainda segundo o secretário, a Sesau começou, a reorganizar desde ontem a assistência à Saúde. Já a revogação do decreto de emergência, lançado no auge da epidemia, que teve mais de 40 mil casos notificados, depende de avaliação técnica.

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