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Capital

Alunos simulam julgamentos no Fórum, três deles sobre crimes no trânsito

Luciana Brazil | 27/08/2012 12:59
O estudante tenta convencer os jurados sobre o caso que está em andamento. (Fotos:Rodrigo Pazinato)
O estudante tenta convencer os jurados sobre o caso que está em andamento. (Fotos:Rodrigo Pazinato)

A cena do julgamento até poderia confundir quem não sabe do caso, mas a pouca idade dos personagens denuncia que tudo não passa de uma simulação. Apesar de serem ainda bem novinhos, a seriedade dos estudantes pôde ser observada até mesmo nas roupas.

A escola Estadual Adventor Divino de Almeida realizou nesta segunda-feira (27) no Tribunal do Júri, no Fórum de Campo Grande, a terceira edição do “Juriada”, o júri simulado feito pelos alunos do ensino médio. Foram quatro casos julgados, sendo três crimes de trânsito e um homicídio fictício.

A simulação não fica atrás dos julgamentos reais. São advogados de defesa, promotores, jurados, policiais, juízes e auxiliares, todos alunos do 1° e 2° ano. O que parece brincadeira é levado bem a sério pelos estudantes.

Também como parte do projeto, eles assistem os julgamentos reais, além de fazer pesquisas constantes sobre tudo que envolve os casos.

“Consigo ter experiência de como será a minha profissão. Às vezes, a gente faz a faculdade e não tem idéia de como vai ser o trabalho. Assim eu posso saber como vou trabalhar no dia-a-dia”, disse a estudante Luana Delmond, 16 anos, que pretende fazer concurso para promotoria.

O projeto nasceu com a professora Vanja Marina responsável pelas disciplinas de Sociologia e Filosofia da escola. Durante um curso de reciclagem, oferecido pela SED (Secretaria Estadual de Educação), Vanja apresentou o projeto “Juriada” como trabalho de conclusão de curso.

Ela destacou que os júris simulados são sugestões dos próprios livros didáticos, e na escola, eles acontecem de forma interdisciplinar. “Tem os alunos que fazem pesquisa, formatação do trabalho, além de acompanharem o cronograma do julgamento”.

Este ano, os estudantes do 3° ano ficaram de fora da simulação. O pedido foi feito por eles, já que a prioridade agora são os estudos para o vestibular. Mas a vontade de participar é grande e não teve como ficar longe de tudo. “Nós pedimos para auxiliar os alunos do 1° e 2° ano”, contou Ketura de Souza Silva, 17 anos.

Sorridente, Luana diz que a ação proporciona vivenciar a profissão.
Sorridente, Luana diz que a ação proporciona vivenciar a profissão.
Ravane quer ser médica, mas ressalta que muitos amigos já se sentiram influenciados pelo projeto.
Ravane quer ser médica, mas ressalta que muitos amigos já se sentiram influenciados pelo projeto.

Acadêmicos do curso de direito da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) e da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) também auxiliaram na realização da terceira edição.

A professora explicou que em cada ano são discutidos assuntos distintos. “Na segunda edição os julgamentos foram sobre homofobia e corrupção. Neste ano são os crimes de trânsito, além de um homicídio”.

No primeiro ano do projeto, o MEC (Ministério da Educação) solicitou que a ação fosse inscrita no Prêmio Cidadania. A simulação do ano passado também já está inscrita em outro prêmio.

“Não ganhamos o Prêmio Cidadania, mas a gente nunca sabe o que vai dar. É pelo menos uma forma de reconhecimento”.

Caso real e simulado: Em 2010, duas pessoas que estavam em uma motocicleta morreram na BR-262 após um carro invadir a pista, ao fazer uma ultrapassagem. Baseados nesse processo já julgado, os alunos criaram nomes fictícios para simularem uma nova avaliação do caso.

A história trágica é novamente estudada pelos estudantes, mas desta vez com o resultado já combinado. “A gente segue o julgamento que já aconteceu”, explicou Ravane da Graça Almeida.

Vestida da cabeça aos pés como uma advogada, com conjunto de blazer e saia, Ravane garante que já decidiu sua profissão, mas não descarta uma possível mudança. “Meu objetivo é ser pediatra, mas a gente nunca sabe”.

Segundo ela, muitos colegas já se influenciaram pelo projeto.

De forma madura, a aluna do 1° ano representou a advogada de defesa do caso.

“Esse projeto também nos dá a consciência da justiça. Estou nervosa com a apresentação, mas estou gostando muito”, disse a jovem que se preparava para “atuar”

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