Capital não adere à greve do BB e sindicalistas protestam no Centro
Integrantes do Sindicato dos Bancários da Capital fazem um protesto, na manhã de hoje, em frente à agência do Banco do Brasil, na Afonso Pena, contra a aprovação do plano de carreiras da instituição, aprovada em fevereiro deste ano. Com faixas, os manifestantes querem novamente a gratificação de função, fim do assédio moral, entre outras medidas.
Em votação, funcionários do Banco do Brasil, de Campo Grande, decidiram não aderir à paralisação de 24 horas feita em várias cidades do país. Em protesto contra o plano de carreiras, Dourados foi a única cidade do Estado a seguir a orientação do Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).
“Não conseguimos maioria para aderir, mas os funcionários vão trabalhar de preto, de luto pela decisão da instituição”, disse a presidente do Sindicato dos Bancários da Capital, Iaci Azamor Torres.
Ela lembra que a mudança prejudica a todos os servidores e reduz, em até 30%, o salário dos funcionários. Além disso, segundo Iaci, os salários começam a ser congelados com a nova formula de cálculo. “O que era para ser piso salarial passa a ser teto”.
Os sindicatos exigem a abertura de negociação e dizem que o plano foi implementado sem consulta aos funcionários. Iaci lembra que o novo plano foi uma estratégia do banco para eliminar as ações na justiça.
“Segundo o TST (Tribunal Superior do Trabalho), o banco ocupa o segundo lugar em ações de execução no país. O passivo trabalhista, pessoas que estão na justiça contra o banco, é muito grande. Então, através desse plano, se faz a conciliação em câmaras de conciliação voluntária. O banco oferece uma indenização ridícula e reduz o número de passivo trabalhista”, explica Iaci.
Segundo ela, em 2011 foi acordado que as mudanças seriam feitas em conjunto, porém, no início do ano, veio a surpresa. “Foi feito de forma unilateral”, diz.
Entre as principais reclamações está a redução de adicionais para os cargos em comissão e para as funções gratificadas. O novo plano reduz o adicional de função gratificada de seis horas e do adicional de função de confiança para os comissionados que trabalham oito horas, conforme a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), entidade filiada à Cut (Central Única dos Trabalhadores) que representa os bancários.
A nova fórmula de cálculo do valor de referência (VR), usado para definir os reajustes salariais nas prorrogações profissionais, também foi criticado pela Contraf. Segundo a entidade, o VR, que era considerado o piso salarial para cada cargo, foi transformado em teto.
“Agora, as verbas que incidem no salário não podem ultrapassar o valor de referência”.
Em Mato Grosso do Sul, o número de funcionários chega a 1,5 mil funcionários. Campo Grande e região concentram 900 pessoas. Só na Capital, são 600 bancários em 24 agências.
Desde fevereiro em vigor, o novo plano de carreiras do Banco do Brasil definiu dois tipos de cargo: os comissionados, com jornada de oito horas, e os demais, com seis horas diárias. Os bancários alegam que funcionários que ocupam cargo em comissão foram obrigados a aceitar jornadas e salários menores e que os atuais cargos comissionados não serão mais preenchidos por funcionários com o mesmo salário.